Vários dadores enviaram para o Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST) cartões de dador destruídos, após notícias que afirmavam que Portugal destrói o sangue, numa alusão ao não aproveitamento do plasma, segundo o presidente da instituição.
Hélder Trindade falava na Comissão Parlamentar de Saúde numa audição requerida pelo Bloco de Esquerda para “debater a situação atual das reservas de sangue e as razões para a sua quebra acentuada, bem como as medidas necessárias para repor os seus níveis habituais e evitar a repetição de situações como a atual”.
O presidente do IPST não conseguiu dar aos deputados uma razão para a diminuição de colheitas no início do ano, mas enumerou várias, como as notícias que deram conta da alegada destruição do sangue, numa referência ao não aproveitamento do plasma do sangue que é recolhido em Portugal, mas também a gripe que tem atingido os portugueses, ou a possível falta de meios para assegurar os transportes até aos centros de dádiva.
Sobre o fim da isenção do pagamento de taxas moderadoras nos hospitais para os dadores, o presidente do IPST preferiu não comentar a medida, por classifica-la de “política”, embora tenha afirmado que alguns dadores se manifestaram contra esta perda de isenção.
Hélder Trindade não tem uma justificação e assumiu algumas mudanças nas recolhas, como a redução de algumas brigadas, garantindo à Comissão Parlamentar de Saúde que esta diminuição não se traduz na baixa de recolhas.
Segundo explicou, existiram casos de brigadas que se deslocavam para fazer recolhas a meia dúzia de dadores, o que inflacionava imenso esse sangue colhido.
Sobre a situação atual, Hélder Trindade assumiu que não está confortável em relação às recolhas de sangue, mas disse não existir uma situação de rutura.
Fevereiro – cujos dados ainda não estão apurados – é tradicionalmente um mês de quebra da colheita, mas o presidente do IPST está confiante numa subida em março, o mês das recolhas junto dos estudantes.
Em janeiro registaram-se menos 3.000 dádivas do que no mês homólogo de 2011.
29 de fevereiro de 2012
@Lusa
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