Mil e quinhentos profissionais da rede de cuidados continuados vão receber formação em cuidados paliativos e serão criadas quatro equipas domiciliárias no Porto, Planalto Mirandês e Mértola, através de um protocolo entre o Ministério da Saúde e a Gulbenkian.
O protocolo entre a Fundação Calouste Gulbenkian, a Unidade de Missão para os Cuidados Continuados Integrados (UMCCI) e o Instituto Português de Oncologia (IPO) de Lisboa para o desenvolvimento de projetos na área dos cuidados paliativos é assinado hoje no Porto, dia em que se assinala o Dia Mundial da Saúde.
Através deste acordo será desenvolvido um programa de apoio na área da formação sobre dor destinado a médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde das unidades de internamento e das equipas integradas domiciliárias da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI).
Em declarações à agência Lusa, a coordenadora da UMCCI lembrou que um dos objetivos do Programa Nacional de Cuidados Paliativos é “aumentar as respostas à população, tanto ao nível do internamento como, sobretudo, ao nível das respostas domiciliárias nas diversas regiões do país”.
Para isso, explicou Inês Guerreiro, “é necessário dar formação aos profissionais para terem capacidades de prestar cuidados de conforto e de alívio de sofrimento” às pessoas com “doenças graves, incuráveis e degradação progressiva”.
Para a responsável, a formação destes profissionais na área da dor é “fundamental para a humanização e para a qualidade da prestação de cuidados” de saúde.
“O controlo da dor deve ser encarado como uma prioridade no âmbito de cuidados de saúde de elevada qualidade”, defendeu.
Além da formação destes profissionais em três anos, este protocolo vai também permitir “reforçar as equipas domiciliárias de cuidados paliativos”, disse Inês Guerreiro, lembrando que apenas existia uma equipa específica para esta área e agora vão passar a ser cinco.
As quatro novas equipas irão funcionar em diferentes unidades de saúde: Hospital de São João (Porto), Unidade Local de Saúde de Matosinhos, Planalto Mirandês e Baixo Alentejo, mais precisamente em Mértola.
Pretende-se que estas equipas possam dar resposta a 100 doentes por ano. “A Gulbenkian paga os recursos humanos e a formação destas equipas para poderem ir ao domicílio tratar dos doentes”, explicou.
Estes projetos são em parceria com as autarquias, os centros de saúde locais e as instituições de solidariedade social e são uma “grande ajuda” para a RNCCI, porque alarga a sua área de influência relativamente aos cuidados paliativos, acrescentou.
Inês Guerreiro adiantou que a rede de cuidados continuados tem atualmente 165 camas de cuidados paliativos a nível de internamento e cerca de 50 equipas no domicílio, que também prestam cuidados paliativos.
Cabe à Gulbenkian contribuir financeiramente para os projetos, ficando a sua posterior manutenção na alçada das respetivas Administrações Regionais de Saúde (ARS), refere o protocolo a que a Lusa teve acesso.
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07 de abril de 2011
Fonte: LUSA/SAPO
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