"Os passageiros e membros de tripulação que viajaram à China continental nos últimos 14 dias ou que vieram de lá durante este período não serão autorizados a bordo dos navios", explica em comunicado a CLIA, com sede em Hamburgo.

Após o nível de alerta global declarado pela Organização Mundial da Saúde, a Costa Cruzeiros anunciou também hoje que decidiu "reforçar ainda mais as medidas de precaução na sua frota, a fim de garantir a máxima segurança para todos viajantes e tripulação".

"A partir de hoje, nenhum passageiro, visitante ou tripulante de qualquer nacionalidade que tenha viajado da ou para a China continental nos últimos 14 dias poderá embarcar nos navios da Costa Cruzeiros", lê-se em comunicado.

"A Costa Cruzeiros mantém o estreito contato com as autoridades sanitárias internacionais e locais para garantir a monitorização e proteção constantes da saúde", disse Neil Palomba, Presidente da Costa Cruzeiros.

O cruzeiro Costa Smeralda, da Costa Cruzeiros, esteve retido várias horas no dia 30 de janeiro no porto de Civitavecchia, perto de Roma, com cerca de 7 mil pessoas a bordo por suspeita de coronavírus.

Mais de 360 mortos

O número de mortes provocadas pelo novo coronavírus subiu para 362, depois de 56 pessoas terem morrido na China e uma nas Filipinas, anunciaram hoje as autoridades da província de Hubei.

No seu balanço diário, a comissão de saúde da província onde se situa Wuhan, a cidade onde começou o contágio, afirmou que foram registados 2.829 novos casos de infeção no surto de pneumonia provocado pelo novo coronavírus.

Desde dezembro já surgiram 17.205 casos em toda a China da doença que levou a Organização Mundial de Saúde (OMS) a decretar uma emergência mundial e que já se espalhou a 20 países.

No domingo, morreu a primeira pessoa infetada fora da China, nas Filipinas: um chinês de 44 anos, natural de Wuhan.

Um avião da Força Aérea Portuguesa transportou no domingo para Lisboa um grupo de 20 pessoas — 18 portugueses e duas cidadãs brasileiras — retiradas da cidade chinesa de Wuhan, foco do novo coronavírus.

No avião de transporte C-130 da Força Aérea Portuguesa, as pessoas que decidiram sair de Wuhan, foram acompanhadas por oito tripulantes e oito profissionais de saúde, incluindo uma equipa de sanidade internacional.

Além do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há mais casos de infeção confirmados em 24 países.

A OMS declarou na quinta-feira uma situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional (PHEIC, na sigla inglesa) por causa do surto do novo coronavírus na China.

O Ministério da Saúde vai disponibilizar instalações onde os portugueses provenientes de Wuhan vão ficar em “isolamento profilático” voluntário, durante 14 dias, e fazer análises para despistar o novo coronavírus.

Durante esse período, não poderão receber visitas, mesmo que controladas.

A Direção-Geral da Saúde fará um boletim clínico diário do grupo e o Ministério da Saúde realizará uma conferência de imprensa diária para dar conta da evolução da situação.

O Hospital Pulido Valente, em Lisboa, e o Hospital Militar, no Porto, são as unidades preparadas para os receber.