A vacina de toma única tem uma taxa de eficácia de 66% a prevenir casos de doença moderada ou grave e de 85% em casos muito graves.
Nos Estados Unidos, a eficácia foi medida em 72%, mas na África do Sul, onde circula uma variante mais contagiosa, a taxa desceu para 57%.
A empresa anunciou que no prazo de uma semana fará ao regulador farmacêutico norte-americano um pedido de autorização de uso de emergência para os Estados Unidos, seguindo-se os reguladores do resto do mundo.
A expectativa da Johnson & Johnson é ter pelo menos 100 milhões de vacinas disponíveis nos Estados Unidos até junho, começando a distribuí-las assim que tiver autorização do regulador.
Os ensaios clínicos da vacina foram conduzidos em sete países. O diretor de investigação da Janssen Pharmaceutical, o braço farmacêutico da Johnson & Johnson, Mathai Mammen, disse à agência Associated Press que “valeu a pena apostar numa vacina de dose única”.
Os resultados preliminares apresentados hoje surgem na sequência de ensaios clínicos com 44.000 voluntários que ainda decorrem, em que se incluem 468 pessoas com casos sintomáticos de covid-19.
Os investigadores monitorizaram o curso da infeção 28 dias depois da toma da vacina, altura em que uma pessoa vacinada com uma das vacinas de duas doses deveria tomar a segunda.
Depois do 28.º dia, nenhuma das pessoas vacinadas precisou de ser hospitalizada ou morreu, mesmo depois de expostas ao SARS-CoV-2, incluindo as variantes mais contagiosas.
A proteção conferida pela vacina foi registada a partir do 14.º dia a seguir à inoculação.
Mammen afirmou que quando as pessoas vacinadas contraíram a doença, tiveram sintomas mais ligeiros.
Para conseguir travar a pandemia, a campanha de vacinação global precisará de chegar a milhares de milhões de pessoas e as vacinas que até agora surgiram e começaram a ser aplicadas em vários países precisam de duas doses com poucas semanas de intervalo para conseguirem a sua eficácia máxima.
As vacinas da Pfizer/BioNTech e da Moderna apresentam uma proteção com 95% de eficácia após a segunda dose.
Confrontados com escassez de vacinas disponíveis, alguns países começaram a admitir intervalos maiores na toma da segunda doses, suscitando dúvidas sobre se isso afetará a eficácia.
Todas as vacinas induzem o corpo a reconhecer o SARS-CoV-2, permitindo-o reconhecer a proteína que o reveste e através da qual se liga às células, mas de formas diferentes.
A vacina da Johnson & Johnson usa um vírus da constipação como um “cavalo de Tróia” que introduz a proteína no corpo e consegue que as células a copiem, mas de forma inofensiva, para familiarizar o sistema imunitário com o vírus e para lhe permitir combatê-lo se houver infeção.
O mecanismo é semelhante ao da vacina da AstraZeneca, que também usa um vírus da constipação mas precisa de duas doses para ser eficaz.
Ambas podem ser guardas em frigoríficos comuns, tornando-as mais fáceis de transportar do que as vacinas da Pfizer e Moderna, que precisam de estar congeladas a temperaturas inferiores a 70º negativos.
Dos voluntários dos ensaios clínicos da Johnson & Johnson, um terço tinha mais de 60 anos e mais de 40% tinha outras doenças que fazem aumentar os riscos associados à covid-19, como obesidade, diabetes e HIV.
A empresa declarou que a vacina é segura, com reações, como febre, semelhantes a outros fármacos e não indicou que tivessem ocorrido reações alérgicas graves.
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