Numa mensagem publicada na sua conta oficial na rede social Twitter, o Alto Representante da UE para a Política Externa, Josep Borrell, deplora a medida anunciada pelo presidente norte-americano, Donald Trump, sustentando que “não há razão que justifique esta medida, numa altura em que os seus esforços são mais do que nunca necessários para ajudar a conter e mitigar a pandemia COVID-19”.

“Apenas juntando forças podemos superar esta crise que não conhece fronteiras”, completa o chefe da diplomacia europeia.
Donald Trump anunciou na terça-feira que vai suspender a contribuição do país à OMS, justificando a decisão com a “má gestão” da pandemia de COVID-19.

“Ordeno a suspensão do financiamento para a Organização Mundial da Saúde enquanto estiver a ser conduzido um estudo para examinar o papel da OMS na má gestão e ocultação da disseminação do novo coronavírus”, declarou o Presidente norte-americano.

Donald Trump considerou que “o mundo recebeu muitas informações falsas sobre a transmissão e mortalidade” da doença COVID-19 por parte da OMS, instituição para a qual, referiu, os Estados Unidos contribuem com “400 a 500 milhões de dólares por ano” (entre 364 e 455 milhões de euros), em oposição aos cerca de 40 milhões de dólares (mais de 36 milhões de euros), ou “ainda menos”, que estimou que fosse o investimento da China naquela organização.

O Presidente dos EUA já tinha ameaçado, na semana passada, suspender a contribuição financeira para a OMS, acusando a organização de ser demasiado “pró-chinesa”, nas decisões que toma no combate à pandemia.

Criticada já por diversas capitais, a decisão da Casa Branca mereceu também já reparos por parte do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, que defendeu que este "não é o momento de reduzir o financiamento das operações" da OMS, “ou de qualquer outra instituição humanitária que combata o vírus" responsável pela pandemia da COVID-19.

"A minha convicção é que a Organização Mundial da Saúde deve ser apoiada por ser absolutamente essencial aos esforços do mundo para ganhar a guerra contra a COVID-19", salientou Guterres.

O novo coronavírus já provocou mais de 124 mil mortos e infetou quase dois milhões de pessoas em 193 países e territórios. Dos casos de infeção, cerca de 413.500 são considerados curados.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a OMS a declarar uma situação de pandemia.

Os Estados Unidos são o país que regista o maior número de mortes, contabilizando 25.757 até hoje, e o que tem mais infetados, com mais de 600 mil casos confirmados.

O continente europeu, com mais de 996 mil infetados e mais de 84 mil mortos, é o que regista o maior número de casos, e a Itália é o segundo país do mundo com mais vítimas mortais, contando 21.067 óbitos e mais de 162 mil casos confirmados.