"A senhora ministra da Saúde não se reúne com os sindicatos médicos desde o início da presente legislatura. Esta atitude incompreensível é substancialmente agravada num contexto de pandemia, provavelmente o maior desafio de sempre para o SNS português", lamentam os sindicatos médicos em comunicado, pedindo uma reunião para discutir "medidas concretas de capacitação do SNS e de valorização do trabalho médico".

"Num contexto desta natureza e quando diariamente são aplicadas medidas de claro atropelo aos direitos dos médicos e do seu acordo coletivo de trabalho, é inaceitável que a opinião dos médicos seja alienada desta forma", acrescenta a nota.

"As medidas em relação aos surtos nos lares de idosos configuram um claro abuso da boa vontade dos médicos, pretendendo impor aos médicos de família atos que ultrapassam as suas competências, que prejudicam o compromisso assistencial com os seus utentes e que branqueiam a responsabilidade da tutela pela ausência de condições estruturais nestas residências", consideram os sindicatos.

"É urgente que seja encontrada uma solução que preserve os direitos de todos os utentes do SNS", frisa a nota enviada aos jornalistas.

"Nos últimos dias assistimos a uma guerra de palavras despoletada por comentários infelizes do chefe de Governo. No rescaldo deste episódio, os Sindicatos Médicos exigem que as palavras de respeito e apreço por parte do senhor primeiro-ministro tenham um reflexo concreto na modificação da atitude deste Governo para com os médicos", comentam os sindicatos.

A pandemia da COVID-19 já provocou pelo menos 847.071 mortos e infetou mais de 25,2 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência noticiosa francesa AFP.

Em Portugal, morreram 1.822 pessoas das 58.012 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A COVID-19 é uma doença respiratória causada por um novo coronavírus (tipo de vírus) detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.