“Se as coisas correrem bem, os turistas continuarão a sua viagem normalmente”, afirmou Santos Silva numa conferência de imprensa com a responsável pela diplomacia espanhola, Arancha González Laya, com quem esteve reunido no fim da manhã.
Mais de 40 portugueses estão retidos num navio em Luxor, Egipto, a aguardar o rastreio dos serviços de saúde egípcios por causa de dezenas de casos de infeção pelo novo coronavírus detetados num outro cruzeiro na região.
Augusto Santo Silva explicou que os turistas portugueses “estão à espera que sejam concluídos testes que estiveram a ser realizados pelas autoridades egípcias por uma questão de saúde pública”.
Segundo o responsável governamental, o mesmo tipo de testes estão a ser feitos a vários outros navios de cruzeiro que estão a viajar no Nilo, estando Portugal, através da sua embaixada no Cairo a “acompanhar de perto” a situação.
Em declarações à agência Lusa, Sandra Monteiro, uma das passageiras portuguesas do navio "MS Princess Sarah", explicou que chegou ao Cairo no dia 03 de março e entrou neste cruzeiro em Luxor no sábado, para fazer a descida do rio Nilo.
“Saímos, visitámos o templo e regressámos. Hoje de manhã fomos informados de que vem a segurança e higiene nacional fazer o rastreio a todos os cruzeiros por causa do Covid-19”, contou à Lusa a passageira portuguesa.
Sandra Monteiro diz que no navio "MS Princess Sarah" estão pelo menos 43 portugueses, além de outros passageiros porto-riquenhos, argentinos, espanhóis e chineses e que há dezenas de cruzeiros parados em Luxor a aguardar o mesmo rastreio.
“Estão vários cruzeiros na mesma situação. Nós somos o terceiro, temos mais cinco na nossa lateral e atrás de nós estão filas idênticas, com nove a 10 cruzeiros cada, lado a lado”, acrescentou.
A portuguesa diz não há casos suspeitos no cruzeiro "MS Princess Sarah", mas que houve suspeita num dos outros navios.
“Para passarmos para a cidade temos de passar por dentro dos vários cruzeiros, num corredor, e também vamos visitar templos onde estiveram pessoas infetadas…”, disse a portuguesa, acrescentando: “A cidade está fechada, não podemos sair e vão fazer o rastreio a todos, independentemente se o navio está referenciado (com casos suspeitos) ou não”.
Sandra Monteiro disse ainda que as autoridades preveem ter o trabalho de rastreio concluído até final do dia de hoje e que a previsão era pernoitar em Luxor hoje à noite.
“Dentro do cruzeiro podemos circular. Estão sempre a desinfetar as áreas comuns. Já fecharam os quartos, pois íamos sair”, explicou Sandra Monteiro, sublinhando que neste navio “todos os passageiros estão bem dispostos e ninguém tem sintomas”.
“Estamos a aguardar (…) Temos consciência de que quem não está cá está mais aflito para saber como estamos. Mas estamos bem”, acrescentou.
No domingo, os passageiros e a tripulação do navio “A-Sara”, que está em Luxor, foram retirados da embarcação após terem sido identificados dezenas de casos de infeção do novo coronavírus.
A epidemia de Covid-19, a doença provocada pelo novo coronavírus, foi detetada em dezembro, na China, e já provocou mais de 3.800 mortos.
Cerca de 110 mil pessoas foram infetadas em mais de uma centena de países. Mais de 62 mil recuperaram.
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