Segundo as recomendações da Direção Nacional de Saúde Pública, a que a Lusa teve acesso, os cidadãos provenientes do exterior não poderão sair por nenhum motivo durante 14 dias, uma quarentena que se estende também aos restantes membros da família.
“Pessoas que não cumprem a quarentena podem pôr em perigo a saúde” dos outros, pelo que se houver suspeitas de violação das regras com que “voluntariamente” concordaram, serão imediatamente levadas “pelas entidades da ordem de segurança pública para os centros de quarentena” definidos.
A quarentena será seguida por uma equipa multidisciplinar da polícia e entidades sanitárias, sendo enviada também uma equipa de Resposta Rápida “para complementar a investigação epidemiológica e clínica”.
Este serviço será responsável por verificar o bem-estar da pessoa e levar os bens pessoais e medicamentos de uso contínuo, adianta o documento.
Inicialmente, o primeiro comunicado do Comissão Interministerial para a Resposta à Pandemia do Coronavírus, divulgado em 17 de março, e que impunha quarentena obrigatória a cidadãos provenientes da China, Itália, Irão, Coreia do Sul, Portugal, Espanha e França indicava que esta seria cumprida em centros específicos, uma informação que foi confirmada no mesmo dia pela Diretora Nacional de Saúde Pública Helga Freitas.
No entanto, no dia seguinte, quando entraram em vigor as novas restrições na fronteira, o caos gerado no Aeroporto Internacional 04 de fevereiro, em Luanda, terá levado as autoridades a mudar de opinião.
Passageiros, alguns provenientes de Portugal, relataram à Lusa e meios de comunicação social angolanos que tiveram de esperar durante várias horas para sair do aeroporto e que alguns estavam a ser encaminhados para o centro de quarentena de Calumbo (Viana), enquanto outros iriam cumprir o isolamento no domicílio.
A alegada discriminação gerou mal-estar e revolta entre os viajantes que acabaram todos por ser autorizados a fazer a quarentena em casa.
As autoridades angolanas não se pronunciaram sobre os motivos que levaram a alterar a forma como seriam cumpridos os 14 dias de quarentena.
Entretanto, na quarta-feira, o Presidente da República, João Lourenço, assinou um decreto que determina o fecho de fronteiras terrestres, marítimas e aéreas à circulação de pessoas a partir das 00:00 de 20 de março.
O novo coronavírus responsável pela pandemia da Covid-19, infetou mais de 210 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 8.750 morreram.
Angola não tem até ao momento qualquer caso confirmado de infeção.
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