O vice-almirante Henrique Eduardo Passaláqua de Gouveia e Melo nasceu em Quelimane, Moçambique, a 21 Novembro 1960.
Ingressou na Escola Naval em 7 Setembro 1979 como Cadete do curso "Carvalho Araújo" e, em 19 Setembro de 1983, foi promovido a Aspirante.
Integrou a Esquadrilha de Submarinos em setembro de 1985 e, até 1992, navegou nos Submarinos Albacora, Barracuda e Delfim, exercendo diversas funções operacionais como oficial de guarnição. Desempenhou o cargo de Imediato nos submarinos Albacora e Barracuda.
No mar, exerceu o Comando dos Submarinos Delfim e Barracuda e da fragata NRP Vasco da Gama. Por falecimento do Comandante do Submarino NRP Tridente, foi o responsável embarcado pelas provas, testes e operações do período de garantia de um ano após a receção do navio em Portugal.
Ao longo da sua carreira frequentou vários cursos, salientado, a especialização em Comunicações e Guerra Electrónica, o "International Diesel Electric Submarine Tracking Course" em Norfolk, Estados Unidos, Curso Geral Naval de Guerra, pós-graduação em “Information Warfare” na Universidade Independente, o Curso Complementar Naval de Guerra e o Curso de Promoção a Oficial General no Instituto de Estudos Superiores Militares.
Entre 1998 e 2002 liderou do Serviço de Treino e Avaliação da Esquadrilha de Submarinos e o Estado-Maior da Autoridade Nacional para o Controlo de Operações de Submarinos (SUBOPAUTH), assumindo mais tarde comando daquela esquadrilha.
Exerceu as funções de Chefe do Serviço de Informação e Relações Públicas do Gabinete do Almirante Chefe do Estado-Maior da Armada, 2º comandante da Flotilha de Navios, Director de Faróis, Director do Instituto de Socorros a Náufragos, Chefe de Gabinete do Almirante Chefe do Estado-Maior da Armada e 2º Comandante Naval.
De 12 de Janeiro de 2017 a 14 de Janeiro de 2020 exerceu as funções de Comandante Naval, e durante dois anos deste mesmo período, de 19 de setembro de 2017 a 19 de setembro de 2019, exerceu funções de Comandante da EUROMARFOR.
Desde 17 de Janeiro de 2020 exerce as funções de Adjunto para o Planeamento e Coordenação do Estado-Maior General das Forças Armadas.
No percurso da sua carreira, o Vice-almirante Gouveia e Melo foi distinguido com diversas condecorações, salientando, a Ordem Militar de Avis – Grau Comendador, oito Medalhas Militares de Serviços Distintos, três de ouro e cinco de prata, Medalha Militar de Mérito Militar de 1ª, 2ª e 3ª Classe, Medalha da Defesa Nacional de 1ª Classe, Medalha Militar de Cruz Naval de 3ª Classe, Medalha Militar de Comportamento Exemplar – ouro, Medalha comemorativa da operação “Sharp Guard” âmbito Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e mais recentemente, a Ordem de Mérito Marítimo, por parte da Marinha Francesa e a Medalha da Ordem do Mérito Naval – Grau Grande Oficial, por parte da Marinha do Brasil.
Em funções desde ontem
O novo coordenador da ‘task force' para o plano de vacinação contra a COVID-19, vice-almirante Henrique Gouveia e Melo, assegurou ontem que vai apertar as regras e o controlo do processo, além de exigir uma maior consciencialização dos envolvidos.
"Claro que vamos apertar mais as regras, o aperto das regras é uma coisa importante, e o aperto do controlo também é importante, e também a consciencialização das pessoas que estão no processo", afirmou aos jornalistas em declarações transmitidas pela RTP3.
Questionado sobre as medidas concretas que vai implementar, o militar ‘jogou à defesa', mas sublinhou que já sabe quais são.
"O problema não está no processo em si de vacinação, está nas vacinas chegarem ao país, e é um processo que é macro europeu, pelo que Portugal não pode fazer muito mais", lançou, garantindo que se sente capaz de ter êxito na nova missão, caso contrário, não teria aceitado o convite do Governo.
Segundo Gouveia e Melo, que reconheceu a existência de falhas na execução do plano de vacinação, "é prioritário atuar em todas as áreas, a começar pelas áreas onde não houve falhas".
E acrescentou: "Vamos ter de analisar a razão das falhas e tentar evitar que elas se repitam. Há muita coisa para fazer, a lista é sempre grande. Imagine a complexidade de uma tarefa que é vacinar, grosso modo, duas vezes uma população de 10 milhões de habitantes".
De resto, o vice-almirante assegurou que "as forças armadas apoiam o processo de vacinação e apoiam o Ministério da Saúde", excluindo qualquer espécie de tomada de controlo das operações.
"O Ministério da Saúde tem uma estrutura que executa a vacinação, é uma estrutura grande, e nós temos de trabalhar com as pessoas que estão no terreno. Não vem ninguém de fora mandar em estruturas que estão a trabalhar no terreno. É um apoio mútuo", vincou.
De acordo com Gouveia e Melo, esta colaboração permite aproveitar a "organização e estrutura" militar e o "conhecimento e saber" dos outros profissionais no terreno.
"Estou confiante que vamos conseguir ajudar a vacinar a população portuguesa e, haja vacinas, a vacinar o mais rapidamente possível", lançou.
Sobre as notícias dos últimos dias acerca de pessoas que estão a ser vacinadas indevidamente, considerou que tal "é lamentável", nem que fosse um único caso. "Bastava haver um desvio que fosse que era lamentável", comentou.
Gouveia e Melo disse ainda que, como já faz parte da ‘task force', apenas terá de se adaptar à nova posição (de liderança), uma vez que conhece bem toda a estrutura.
Sobre o papel das forças armadas no combate à pandemia, o vice-almirante salientou o trabalho desenvolvido em coordenação com o Ministério da Saúde, exemplificando com o aumento em 10 vezes da capacidade de resposta dos hospitais militares de Lisboa e do Porto, com o envolvimento de 700 militares no rastreamento de utentes e no apoio ao plano de vacinação.
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