O valor foi avançado à agência Lusa pelo presidente do BNU, Carlos Álvares.
O dinheiro angariado, num tão curto espaço de tempo, “é animador”, disse à Lusa a presidente da Casa de Portugal em Macau, Amélia António, uma das entidades que pertence ao movimento solidário que se propõe recolher fundos para adquirir equipamento de proteção para os profissionais de saúde em Portugal e material que garanta mais testes para despistar a covid-19.
A angariação de fundos urgente foi anunciada na terça-feira à noite e vai estender-se até 05 de abril.
O movimento junta quase duas dezenas de entidades e personalidades e, em cerca de 12 dias quer apoiar Portugal “no esforço de guerra” face ao surto do novo coronavírus, estabelecendo como prioridade a aquisição de equipamento que proteja todos aqueles que estão na linha da frente e a capacidade nacional de deteção de casos, explicaram os seus membros à agência Lusa.
As entidades criaram uma conta no Banco Nacional Ultramarino (BNU) em Macau, com o número 9016556516, sob o nome COVID19 — Portugal Conta Solidariedade.
Amélia António explicou que a partir de uma lista do Ministério da Saúde de Portugal foram definidos objetivos prioritários, sempre com um pressuposto: evitar que morra o menor número de pessoas possível e reduzir o total de infetados.
O presidente da Santa da Casa da Misericórdia, António José de Freitas, afirmou que se trata da contribuição para “um esforço de guerra” que está a ser travado em Portugal e destacou que não há já muito tempo, até porque a conta solidária vai estar ativa apenas até 05 de abril.
A conselheira das comunidades portuguesas em Macau, Rita Santos, sublinhou a importância de se conseguir mobilizar a comunidade portuguesa, sem se esquecer o desafio que vai representar a aquisição do material na China, bem como a logística que implica o envio para solo nacional.
O presidente da Associação dos Médicos de Língua Portuguesa de Macau salientou a importância de se enviar equipamento capaz de assegurar a proteção de todos os profissionais de saúde que estão na linha da frente do combate à propagação e ao tratamento da covid-19.
“Sem médicos e enfermeiros não se tratam doentes!”, frisou José Manuel Esteves.
O movimento solidário conta com o apoio institucional do Consulado-Geral de Portugal em Macau e Hong Kong, Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) e do BNU.
Portugal regista 43 mortes e 2.995 infeções confirmadas, segundo o balanço feito quarta-feira pela Direção-Geral da Saúde, que identificou mais 10 mortes e 633 novos casos em relação a terça-feira.
Dos infetados, 276 estão internados, 61 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 22 doentes que já recuperaram.
Os primeiros casos confirmados em Portugal foram registados a 02 de março e está em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até às 23:59 de 02 de abril.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou perto de 450 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 20.000.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
Comentários