“Não há tempo a perder. A única preocupação da OMS é ajudar todas as pessoas a salvar vidas e acabar com a pandemia de Covid-19", escreveu Tedros Adhanom Ghebreyesus na rede social Twitter, sem mencionar a decisão do Presidente norte-americano Donald Trump.

O diretor-geral da OMS optou por partilhar na sua conta do Twitter várias mensagens de apoio de celebridades, políticos e especialistas.

“Trabalhei na OMS por 10 anos na varíola, poliomielite, cegueira, tsunamis (ajuda nas vítimas). Trabalhei com seis diretores-gerais. Para mim, Tedros e Gro Brundtland foram os melhores. Existe uma verdadeira campanha política contra Tedros”, referiu o epidemiologista norte-americano Larry Brilliant.

Na terça-feira, Donald Trump anunciou que os Estados Unidos vão suspender a contribuição do país para a OMS, justificando a decisão com a “má gestão” da pandemia de COVID-19 pela agência da ONU.

"Ordeno a suspensão do financiamento para a Organização Mundial da Saúde enquanto estiver a ser conduzido um estudo para examinar o papel da OMS na má gestão e ocultação da disseminação do novo coronavírus”, disse Donald Trump.

O Presidente dos Estados Unidos referiu que o país contribuiu com “400 a 500 milhões de dólares por ano” (entre 364 e 455 milhões de euros) para a OMS, em oposição aos cerca de 40 milhões de dólares (mais de 36 milhões de euros), ou “ainda menos”, que Trump estimou que fosse o investimento da China naquela organização.

A OMS rejeita as acusações de favorecimento à China e alega ajustar as suas recomendações ao receber informações científicas sobre o comportamento do novo coronavírus, a sua transmissão e os meios de combatê-lo.

"A OMS não faz política", insistiu Tedros Adhanom Ghebreyesus

A decisão norte-americana já foi criticada pelas Nações Unidas, China, Rússia, União Europeia e União Africana, bem como pelo co-fundador da Microsoft, Bill Gates, cuja fundação é o primeiro colaborador privado do orçamento da OMS, com sede em Genebra.

A pandemia de COVID-19 já provocou quase 127 mil mortos e infetou mais de dois milhões de pessoas em 193 países e territórios.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Em Portugal, morreram 599 pessoas das 18.091 registadas como infetadas.

Relativamente a terça-feira, há mais 32 mortos (+5,6%) e mais 643 casos de infeção (+3,7%).

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa quatro mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.