O especialista em neurradiologia Gabriel Branco terá passado várias declarações para que doentes sem indicação clínica para não usar máscara não tenham de usar este equipamento de proteção, avança o jornal Observador. O médico está já a ser investigado pela Ordem dos Médicos (OM).
Segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS), os atestados que dispensam as pessoas de usarem proteção facial como máscaras ou viseiras em locais obrigatórios podem ser autorizados em doentes com problemas de saúde como perturbações psíquicas, deficiências cognitivas, entre outras, mas têm de ser passados por médicos relacionados com as especialidades em questão.
Gabriel Branco é diretor do serviço de neurradiologia do Hospital Egas Moniz, em Lisboa, e assume-se contra o uso generalizado de máscaras como medida preventiva para travar a proliferação do vírus SARS-CoV-2. Ao Observador, o clínico garante que 99,9% das declarações que passou descrevem sintomas relacionados com a sua área de especialização.
No entanto, aquele meio de comunicação teve acesso a várias desses documentos em que o especialista dispensa o uso de máscara, justificando-se com sintomas relacionados com as áreas da saúde mental e pneumologia.
De acordo com o referido jornal, a Sociedade Portuguesa de Neurradiologia não corrobora a posição do médico Gabriel Branco, que só num dia chegou a passar cinco declarações de dispensa do uso de máscara. O médico Gabriel Branco já foi alvo de pelo menos duas queixas na Ordem dos Médicos.
A pandemia de COVID-19 provocou pelo menos 1.263.890 mortos em mais de 50,9 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 3.021 pessoas dos 187.237 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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