“É necessário sistematizar, conforme preconiza o Conselho Superior de Saúde Pública, o uso de máscaras em todos os espaços de trabalho que sejam fechados e partilhados” por várias pessoas, tais como “salas de reuniões, corredores, vestiários ou ‘open spaces’”, sublinhou a ministra, após uma reunião com os parceiros sociais.

A medida foi decidida devido ao risco de disseminação da COVID-19 através dos aerossóis (gotículas finas suspensas no ar), sendo que, até agora, o uso da máscara no trabalho era apenas recomendado quando era tecnicamente impossível cumprir o distanciamento de um metro entre cada pessoa.

O custo deste “equipamento de segurança pessoal”, cirúrgico ou de tecido, será suportado pelo empregador, acrescentou a ministra.

Outras medidas deverão ser definidas para os trabalhadores sazonais e as empresas que trabalham com frigoríficos, que se revelaram fontes de contaminação, disse o sindicalista Yvan Ricordeau, da Confederação Francesa Democrática do Trabalho, também presente na reunião.

O sindicalista admitiu ter ficado satisfeito com a obrigação de uso generalizado de máscara nas empresas.

“Para manter a produção, devem ser fornecidos elementos de segurança aos funcionários”, afirmou.

Esta medida ficará registada “nos próximos dias” num “protocolo nacional para garantir a saúde e segurança dos trabalhadores durante o período da covid-19”, referiu a ministra, admitindo que poderá haver “isenções” para algumas empresas em função do desenvolvimento da crise sanitária, do tipo de instalações comerciais e do conselho das autoridades de saúde.

No que se refere ao teletrabalho, Elisabeth Borne assegurou que as regras irão manter-se. “O teletrabalho deve ser recomendado nas zonas onde o vírus circula ativamente”, afirmou, instando os parceiros a acelerar negociações para que seja possível trabalhar remotamente onde for necessário com a maior rapidez possível.

A pandemia de COVID-19 já provocou pelo menos 774.832 mortos e infetou mais de 21,9 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 1.779 pessoas das 54.234 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.

A França é o terceiro país da Europa com número de vítimas mortais, contabilizando 30.429 mortos em cerca de 331 mil casos, atrás apenas do Reino Unido (41.369 mortos, mais de 319 mil casos) e da Itália (35.400 mortos, mais de 254 mil casos).