Em comunicado, a Aliança (EPHA, na sigla em inglês), que reúne uma série de organizações não-governamentais europeias na área da saúde pública, sublinha que a poluição atmosférica provoca hipertensão, diabetes e doenças respiratórias, “condições que os médicos começam a relacionar com taxas de mortalidade mais elevadas por Covid-19”.

A EPHA recorre a um estudo de 2003, sobre vítimas do coronavírus SARS [síndrome respiratória aguda grave], que concluiu que “os pacientes em regiões em níveis de poluição do ar moderados tinham 84% mais possibilidades de morrer do que aqueles em regiões com pouca poluição do ar”. 

Recomendações da Direção-Geral da Saúde (DGS)

  • Caso apresente sintomas de doença respiratória, as autoridades aconselham a que contacte a Saúde 24 (808 24 24 24). Caso se dirija a uma unidade de saúde deve informar de imediato o segurança ou o administrativo.
  • Evitar o contacto próximo com pessoas que sofram de infeções respiratórias agudas; evitar o contacto próximo com quem tem febre ou tosse;
  • Lavar frequentemente as mãos, especialmente após contacto direto com pessoas doentes, com detergente, sabão ou soluções à base de álcool;
  • Lavar as mãos sempre que se assoar, espirrar ou tossir;
  • Evitar o contacto direito com animais vivos em mercados de áreas afetadas por surtos;
  • Adotar medidas de etiqueta respiratória: tapar o nariz e boca quando espirrar ou tossir (com lenço de papel ou com o braço, nunca com as mãos; deitar o lenço de papel no lixo);
  • Seguir as recomendações das autoridades de saúde do país onde se encontra.

Lembrando que “a poluição do ar é um dos maiores riscos para a saúde na Europa”, provocando cerca de 400 mil mortes prematuras por ano, a Aliança aponta que uma das zonas de risco é precisamente o norte de Itália, “epicentro do surto do novo coronavírus na Europa”, mas sublinha que o problema é generalizado, recordando que houve 71 processos de infração abertos pela Comissão Europeia contra os Estados-membros por incumprimento da legislação comunitária em matéria de qualidade do ar.

“Os governos deveriam ter combatido a poluição do ar crónica há já muito tempo, mas deram prioridade à economia sobre a saúde, ao serem ligeiros com a indústria automóvel. Quando esta crise estiver ultrapassada, os decisores políticos têm que acelerar medidas para retirar os veículos mais poluidores das nossas estradas”, comentou o secretário-geral em exercício da EPHA.

“A ciência diz-nos que epidemias como a Covid-19 vão ocorrer com cada vez mais frequência, pelo que ‘limpar’ as estradas é um investimento básico para um futuro mais saudável”, concluiu Sascha Marscahng.

O coronavírus responsável pela pandemia da Covid-19 já infetou cerca de 170 mil pessoas em todo o mundo, das quais 6.500 morreram e mais de 75 mil recuperaram.

O surto começou na China em dezembro de 2019 e espalhou-se por mais de 140 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

Depois da China, que regista a maioria dos casos, a Europa tornou-se o epicentro da pandemia, com mais de 55 mil infetados e pelo menos 2.335 mortos.

A Itália com 1.809 mortos (em 24.747 casos), a Espanha com 297 mortos (8.794 casos) e a França com 127 mortos (5.423 casos) são os países mais afetados na Europa.

Face ao avanço da pandemia, vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.

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