A endometriose é uma condição crónica que acomete as mulheres e causa o crescimento de tecido semelhante ao revestimento do útero (endométrio) do lado de fora do útero, podendo atingir os ovários, trompas de falópio e outros órgãos pélvicos. O que causa sintomas como dor menstrual intensa, dor pélvica crónica, sangramento irregular e dificuldade para conceber.

Endometriose causa cancro?

Muitas pessoas têm dúvidas sobre a doença e se ela pode vir transformar-se em cancro. Alguns estudos e publicações científicas têm associado uma maior incidência de cancro de células claras de ovário em pacientes que tiveram endometriose anteriormente, adverte o médico especialista em ginecologia e obstetrícia Alexandre Silva e Silva.

“A endometriose é uma condição benigna, causadora de sintomas extremos e incapacitantes e que precisa de uma cirurgia para a remoção completa das suas lesões. No entanto, como é uma condição inflamatória, pode aumentar o risco de certos tumores, especialmente nos ovários”, acrescenta.

“Esse risco é analisado pelo profissional caso a caso para determinar a melhor abordagem preventiva de tratamento da endometriose”, explica Alexandre Silva e Silva.

Principais sintomas da endometriose

  • Dor intensa durante a menstruação;
  • Dor pélvica persistente;
  • Sangramento menstrual irregular;
  • Dor durante as relações sexuais;
  • Dificuldade para engravidar;
  • Fadiga.

Como é feito o tratamento contra endometriose?

O tratamento para endometriose varia de acordo com a gravidade da doença e a condição da paciente. Na grande maioria dos casos, o melhor tratamento é cirúrgico para remoção completa das lesões e restauração da anatomia do aparelho reprodutor feminino, explica Alexandre Silva e Silva.

“Os tratamentos para endometriose são personalizados para cada paciente, podendo incluir o uso de medicamentos para aliviar a dor e tentar controlar o crescimento do tecido endometrial fora do útero. Além disso, a terapia hormonal pode ser usada para reduzir o crescimento do tecido endometrial e interromper a menstruação, mas somente a cirurgia é capaz de remover as lesões”.

“Em casos mais avançados e graves, nos quais o útero está muito infiltrado por lesões e apresenta uma adenomiose difusa, pode ser necessária a cirurgia de remoção do útero, a histerectomia, mas essa indicação é considerado o último recurso do tratamento, podendo ser prevenido com o diagnóstico precoce e tratamento regular”.

“Retirar o útero não é tratamento para a endometriose! A doença deve ser tratada através da identificação detalhada das lesões, permitindo uma busca ativa das mesmas durante a cirurgia para a sua completa remoção”, explica Alexandre Silva e Silva.