“A mensagem é que ainda é muito cedo para fazer mudanças”, respondeu aos jornalistas, durante a conferência de imprensa diária sobre a crise, e acrescentou que a decisão sobre um prolongamento será tomada na quinta-feira.

O diretor-geral de Saúde de Inglaterra, Chris Whitty, acrescentou que, embora tenha referido sinais positivos em termos da estabilização do número de hospitalizações, ainda são esperados mais dados sobre a evolução da curva epidemiológica e que espera um aumento das mortes nos próximos dias.

“Ainda não chegámos a um ponto em que podemos dizer com confiança e segurança que passámos o pico e que podemos pensar nas próximas fases”, disse o responsável.

O Reino Unido é hoje um dos países mais afetados pela pandemia na Europa, com 12.868 mortes, de acordo com o balanço publicado hoje, mas começa a estar sob pressão para fazer preparativos para a próxima fase, tal como países como Espanha, França, Itália e Alemanha estão a começar a fazer.

O principal partido da oposição desafiou hoje o governo de Boris Johnson a tornar pública a estratégia de saída do regime de confinamento imposto a 23 de março para travar a transmissão do novo coronavírus, mais tarde do que outros países europeus.

O recém-eleito líder do partido Trabalhista, Keir Starmer, defendeu hoje, em declarações à BBC, que as pessoas precisam "ver a luz no fim do túnel”.

Numa carta dirigida ao ministro dos Negócios Estrangeiros, Dominic Raab, designado substituto na ausência do primeiro-ministro, Boris Johnson, que se encontra em convalescença, Starmer pediu para que o plano seja publicado nos próximos dias.

"A questão que surge na quinta-feira não é se o confinamento deve ser estendido, mas como e quando pode ser aliviado e com que critérios essa decisão será tomada", escreve Starmer, que defende que este plano deve ser examinado pelo parlamento, quando os trabalhos forem retomados a 21 de abri.

Quinta-feira é o prazo legal para a decisão ser tomada sobre o regime de confinamento, inicialmente previsto para durar três semanas, e que determina que as pessoas só devem sair de casa para comprar bens essenciais, como alimentos ou medicamentos, para fazer exercício uma vez por dia, para ajudar pessoas vulneráveis ou para trabalhar se não o puderem fazer de casa.

Um estudo de um organismo público divulgado na terça-feira estimou que um prolongamento de um confinamento por três meses, seguido por três meses de levantamento gradual das medidas, pode provocar uma redução de 13% do Produto Interno Bruno (PIB) em 2020, mais dois milhões de desempregados e um défice público de 14% do PIB.