Estes fundos irão proporcionar apoio adicional a estes países na sua resposta à pandemia de covid-19, incluindo equipamento médico essencial e crítico, equipamento de proteção pessoal, terapias e medicamentos, bem como apoio aos profissionais de saúde na linha da frente da crise.

A dotação de 195,84 milhões de dólares (179,98 milhões de euros) foi definida quando a janela de segurança do PEF foi acionada para a covid-19, tal como comunicado pela AIR Worldwide, um agente de cálculo independente.

Na altura em que todas as condições de desencadeamento foram preenchidas, 4.653 casos (0,62% dos casos notificados de covid-19 a nível mundial) registavam-se nos países mais pobres do mundo que são membros da Associação Internacional de Desenvolvimento (AID) do Banco Mundial.

O fundo da PEF proporcionará um aumento do financiamento para apoiar a resposta imediata de saúde no início do surto nos países da AID com casos de covid-19 (35.195 casos, 1,34% dos casos covid-19 notificados a nível mundial desde 24 de abril de 2020).

“Este financiamento vem juntar-se ao compromisso do Grupo Banco Mundial de um montante máximo de 160 mil milhões de dólares para combater a covid-19″, afirmou Annette Dixon, vice-presidente para o Desenvolvimento Humano do Banco Mundial, acrescentando: “O financiamento da PEF irá complementar as operações críticas de apoio de emergência em curso para ajudar a salvar vidas, detetar, prevenir e responder ao coronavírus nos países pobres”.

As dotações de financiamento específicas serão determinadas em função da dimensão da população e dos casos comunicados, com um mínimo de um milhão de dólares e um máximo de 15 milhões de dólares para cada país e um peso maior para os países classificados como frágeis ou afetados por conflitos.

Estes países enfrentam maiores desafios com os seus sistemas de saúde e são onde vivem os mais vulneráveis. Antes da crise da covid-19 já se estimava que até dois terços dos mais pobres do mundo viveriam em zonas frágeis e afetadas por conflitos até 2030.

“A covid-19 irá atingir mais duramente os países mais pobres”, afirmou Shigeru Ariizumi, diretor-geral adjunto do Gabinete Internacional do Ministério das Finanças japonês.

Este financiamento do PEF, prosseguiu, “ajudará os países mais pobres com os sistemas de saúde mais vulneráveis a impulsionará a sua resposta a esta crise mundial de saúde sem precedentes”.

Por seu lado, o ministro da Cooperação Económica e do Desenvolvimento da Alemanha, Gerd Müller, congratulou-se por o PEF “prestar agora ajuda urgente aos países mais pobres”.

“As regiões em crise e os refugiados, em particular, necessitam de um apoio rápido para a estabilização. Esta é uma lição importante das crises sanitárias do passado”, adiantou.

Os Fundos PEF serão utilizados para ajudar os países vulneráveis a intensificar os testes, a identificar rapidamente novos casos e a tratá-los, bem como a localizar e a isolar rapidamente os seus contactos.

O financiamento será também utilizado para ajudar a formar profissionais de saúde e a manter a prestação de serviços de saúde essenciais aos agregados familiares.

“Estes fundos destinados aos países mais vulneráveis mostram solidariedade perante uma ameaça comum”, afirmou o diretor executivo do Programa de Emergências de Saúde da OMS e copresidente do Órgão Diretor do PEF, Michael Ryan.

Os desembolsos financeiros do PEF terão início logo na próxima semana, uma vez que os governos de cada um dos países apresentam pedidos autorizados de atribuição de fundos.

O PEF foi criado em 2016 para prestar apoio financeiro aos países elegíveis para o AID, em caso de surtos importantes de doenças em vários países.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 211 mil mortos e infetou mais de três milhões de pessoas em 193 países e territórios.

Mais de 832 mil doentes foram considerados curados.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Os Estados Unidos são o país com mais mortos (56.253) e mais casos de infeção confirmados (cerca de um milhão).

Seguem-se Itália (26.977 mortos, quase 200 mil casos), Espanha (23.822 mortos, perto de 211 mil casos), França (23.293 mortos, cerca de 166 mil casos) e Reino Unido (21.092 mortos, mais de 157 mil casos).

Por regiões, a Europa soma quase 127 mil mortos (mais de 1,4 milhões de casos), Estados Unidos e Canadá mais de 59 mil mortos (mais de um milhão de casos), América Latina e Caribe perto de 8.900 mortos (quase 178 mil casos), Ásia mais de 8.200 mortos (perto de 209 mil casos), Médio Oriente mais de 6.480 mortos (cerca de 160 mil casos), África mais de 1.460 mortos (mais de 33 mil casos) e Oceânia 110 mortos (mais de oito mil casos).