O Sindicato Independente dos Médicos alertou segunda-feira que a maioria dos médicos desconhece quando será vacinado com a terceira dose da vacina contra a covid-19 e alertou ainda para os atrasos no processo de vacinação contra a gripe.
Em resposta enviada à Lusa, fonte da Direção-Geral da Saúde (DGS) explicou que a vacinação dos profissionais de saúde com atividade assistencial é organizada pelos serviços de saúde ocupacional (SSO) das instituições.
A DGS referiu ainda que o Núcleo de Coordenação de Apoio ao Ministério da Saúde iniciou este processo com a solicitação aos serviços das necessidades de vacinas.
E acrescentou que as vacinas “estão a ser distribuídas de acordo com as respetivas requisições, podendo a vacinação iniciar-se a partir desse momento”.
“De salientar que o processo não é homogéneo e que a vacinação é organizada pelos diferentes SSO”, referiu ainda.
O Sindicato Independente dos Médicos alertou que a maioria dos médicos desconhece quando será vacinado com a terceira dose da vacina contra a covid-19 e que só ontem, dia previsto para o arranque da vacinação, alguns começaram a ser convocados.
Em comunicado, o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) “saúda a boa nova” do reforço da vacinação, mas manifesta “a sua preocupação com o aparente amadorismo e falta de planeamento que parece reinar”, tendo em conta “o rápido inquérito” que efetuou junto de algumas instituições hospitalares e agrupamentos de centros de saúde de norte a sul, que indicou que “a maioria dos médicos desconhece quando, onde e como será vacinado”.
O secretário-geral do SIM, Jorge Roque da Cunha, disse à Lusa que, “mais uma vez, e apesar dos apelos do Sindicato Independente dos Médicos e da Ordem dos Médicos, não foi cumprida a promessa” do Governo de que a vacinação dos profissionais de saúde se iniciaria ontem.
Roque da Cunha reiterou o apelo para que os profissionais de saúde sejam vacinados rapidamente, alertando que, “estando infetados não podem tratar doentes e podem infetar outros colegas”.
Alertou ainda para os atrasos no processo de vacinação contra a gripe, dando como exemplo o Hospital de São João, onde o processo está “muito atrasado”.
Para o líder sindical, “não faz sentido nenhum que por falta de vacinas da gripe se atrase o processo de vacinação da terceira dose da covid”.
Questionado se tem conhecimento de médicos infetados com covid-19, afirmou que tem indicação que sim e que há instituições de saúde onde estão a ocorrer casos, apontando o surto de covid-19 no serviço de medicina interna do Hospital Santo André, em Leiria.
“Mas esses dados, são dados que o Ministério da Saúde tem e que, naturalmente, seria de todo o interesse divulgar porque sabemos que qualquer atraso neste processo, não só dos profissionais de saúde como da população em geral, particularmente dos mais fragilizados, iremos pagar muito caro nos meses que se aproximam”, sublinhou.
O secretário-geral do SIM salientou que a incidência da covid-19 está a aumentar de “uma forma sustentada, bem como os internamentos em cuidados intensivos e nas enfermarias” e que “a situação só tem tendência a agravar-se nos próximos meses”.
A covid-19 provocou pelo menos 5.098.386 mortes em todo o mundo, entre 253,17 milhões de infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
Em Portugal, desde março de 2020, morreram 18.265 pessoas e foram contabilizados 1.108.462 casos de infeção, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.
A doença é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.
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