Em comunicado, a Associação de Empresas de Segurança (AES) apela à Direção-Geral da Saúde (DGS) para reduzir de sete para cinco o número de dias de isolamento devido à covid-19 em Portugal Continental, à semelhança do que já é feito nas ilhas e em outros países.
O apelo da AES surge devido “ao risco iminente de não haver vigilantes suficientes para a segurança e vigilância de instalações como aeroportos, hospitais, centros de saúde e também abastecimento de caixas multibanco”.
Segundo esta associação que representa as principais empresas de segurança privada, o setor tem sido “dramaticamente afetado pelo recente aumento do número de infeções, registando-se níveis de absentismo nunca antes vistos numa atividade já de si carenciada de profissionais”.
A AES chama atenção para o possível agravamento da situação “com o pico da pandemia previsto para meados de fevereiro, não só pelas situações de doença covid-19, mas também pela necessidade de isolamento profilático e assistência à família”.
Para o presidente da associação, Rogério Alves, “a frequência dos isolamentos e a sua extensão têm desguarnecido as empresas dos seus trabalhadores e criado dificuldades colossais no cumprimento das escalas”.
“A segurança é um bem de primeira necessidade e carece de ser assegurada com regularidade e plenitude. É preciso evitar o ponto de rotura”, alerta Rogério Alves, considerando que a “subida exponencial do abstencionismo por covid-19 faz-se sentir de sobremaneira, num setor que emprega cerca de 37 mil profissionais essenciais ao regular funcionamento da sociedade”.
O presidente da AES refere ainda que, “embora não seja uma solução perfeita”, a redução de sete para cinco dias de isolamento, “sem comprometer a saúde pública, mitigaria o impacto na gestão das empresas”.
A AES junta-se à Confederação Empresarial de Portugal (CIP) e à Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) no apelo à Direção-Geral da Saúde para a revisão desta medida.
Em Portugal, desde março de 2020, morreram 19.968 pessoas e foram contabilizados 2.690.690 casos de infeção, segundo a última atualização da Direção-Geral da Saúde.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.
A nova variante Ómicron, classificada como preocupante e muito contagiosa pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral e, desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta em novembro, tornou-se dominante em vários países, incluindo em Portugal.
Comentários