A vacina AstraZeneca/Oxford, que o Reino Unido começou a administrar em larga escala em dezembro, já foi aprovada por outros países e pela União Europeia (UE).
Mas, devido à falta de dados sobre sua eficácia na população idosa, alguns governos decidiram recomendar o seu uso apenas para menores de 65 anos, ou mesmo 55, como em Portugal e Espanha.
No domingo, a África do Sul suspendeu o início do seu programa de vacinação, que começaria hoje com um milhão de doses da AstraZeneca/Oxford, depois de um estudo revelar uma eficácia "limitada" contra a variante local do vírus.
De acordo com os primeiros resultados deste estudo, esta vacina é apenas 22% eficaz contra as formas leves da doença causada pela variante sul-africana. No momento, não há resultados sobre casos graves.
Transmissível aos já vacinados
"As primeiras conclusões parecem confirmar que a variante do vírus detetada na África do Sul pode ser transmitida entre a população já vacinada", alertou ainda este relatório da Universidade de Witwatersrand em Johannesburgo.
A AstraZeneca garantiu, porém, que a sua vacina "pode proteger contra mortes, hospitalizações e as formas mais graves da doença", segundo afirmou à AFP um porta-voz do laboratório britânico.
Nesta segunda-feira, o comité estratégico de especialistas em imunização da Organização Mundial da Saúde (OMS) reúne-se para discutir as recomendações provisórias sobre o uso dessa vacina, com "atenção especial" sobre a sua aplicação "em idosos", segundo a instituição.
Com uma eficácia média de 70%, o imunizante da AstraZeneca/Oxford é menos convincente do que os da Pfizer/BioNTech ou Moderna, cujos níveis de eficácia ultrapassam os 90%. Mas essa vacina é mais barata e mais fácil de armazenar, pois não precisa de estar a temperaturas muito baixas. Isso torna-a mais adequada para campanhas de vacinação em massa.
Outras vacinas, como a russa Sputnik V ou as desenvolvidas na China, estão a ser enviadas aos poucos para vários países.
Um primeiro lote de 300 mil doses do laboratório chinês Sinopharm chegou ao Peru no domingo, para começar a imunização na terça-feira, em Lima e Callao, cidade portuária vizinha. O país enfrenta a segunda onda da pandemia, com mais de 1,1 milhão de casos confirmados e 42,3 mil mortes.
O Panamá, por sua vez, informou que aguarda a aprovação de organismos internacionais da Sputnik V para adquirir três milhões de doses e reforçar a sua campanha de vacinação, já iniciada.
Na Europa, região com mais mortes pela doença, com mais de 773.000 óbitos, vários países, como Áustria ou Alemanha, expressaram a sua disposição em aplicar a vacina russa, após a publicação de resultados científicos positivos sobre a sua eficácia.
- Flexibilização do confinamento em Israel -
A pandemia de coronavírus causou mais de 2,3 milhões de mortes no mundo e 106 milhões de infeções, desde que foi detetada na China no final de dezembro de 2019, de acordo com o balanço mais recente da AFP com base em fontes oficiais.
Alguns países, porém, acreditam que estão a começar a vislumbrar a luz no fim do túnel.
Israel, que já vacinou mais de metade da sua população, começou no domingo a sair do seu terceiro confinamento com a abertura de lojas, barbearias e mercados.
Na manhã de domingo, lojas não essenciais abriram em Jerusalém, como o salão de cabeleireiro de Eli Aroas.
"Avisei os meus clientes que íamos voltar ao trabalho (...) Os clientes deverão começar a chegar e esperamos que seja o fim desta história", disse com alegria o barbeiro de 58 anos.
A Áustria também flexibilizou as restrições nesta segunda-feira e abriu escolas, museus e lojas.
Na Holanda e na Dinamarca, os alunos do ensino fundamental também puderam regressar às escolas, e em Quebec, no Canadá, museus e lojas não essenciais reabriram as portas.
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