“Os nossos doentes estão a utilizar todo o nosso arsenal terapêutico disponível. Temos os mecanismos todos no nosso país para que os nossos doentes, de acordo com a sua situação clínica, utilizem a terapêutica”, esclareceu Graça Freitas, adiantando que alguns dos “doentes que estão recuperados e que até fizeram convalescença em casa precisaram de terapêutica mínima, ou quase nenhuma”.
Sobre os medicamentos para a malária e o ébola, a diretora-geral da Saúde disse estarem também a ser utilizados.
“Aparentemente resultam, mas são medicamentos [para a malária e o ébola] que estão a ser utilizados fora da indicação principal, e nós ainda temos uma casuística muito pequena em Portugal para tirar conclusões”, explicou Graça Freitas na conferência de imprensa diária de atualização de informação relativa à doença.
Graça Feitas contou que se está a “aprender muito” e a basear-se também na casuística dos outros países”.
“Portanto, tudo aparenta que dá resultado [os medicamentos para a Malária e o ébola]. Estamos a usar. Quando tivermos mais utilização em Portugal contribuiremos para a ciência a nível mundial com os nossos resultados. Os nossos clínicos estão a fazer essa avaliação”, referiu.
Os doentes internados em Portugal com covid-19 podem ser tratados com os medicamentos da malária e do ébola ainda em investigação para uso no novo coronavírus, segundo a nova norma da Direção-Geral da Saúde.
Na norma que entrou em vigor às 00:00 de hoje, a autoridade nacional de saúde lembra que não existem atualmente medicamentos autorizados para o tratamento de covid-19, nem estão autorizadas quaisquer vacinas, mas que há várias moléculas apontadas como “possíveis candidatos terapêuticos”.
“À data, considerando o conhecimento científico atual e as recomendações da OMS [Organização Mundial da Saúde], encontram-se em investigação, entre outras, as seguintes estratégias terapêuticas: Remdesivir [usado para o vírus do ébola], Lopinavir/Ritonavir [HIV], e Cloroquina [malária] ou Hidroxicloroquina [malária]”, indica a nota.
Segundo os critérios de abordagem terapêutica definidos pela DGS, os doentes internados em enfermarias que apresentem insuficiência respiratória ou evidência radiológica de pneumonia podem ser tratados com hidroxicloroquina ou cloroquina durante pelo menos sete dias. É ainda admitido considerar juntar lopinavir/ritonavir.
Já os doentes internados em unidades de cuidados intensivos têm todos indicação para poder tomar, além dos outros fármacos, o remdesivir, usado em casos de ébola.
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