“Não tem nada a ver com esconder casos. O nível de casos reportado a nível nacional é o número do qual temos conhecimento”, assegurou Graça Freitas na conferência de imprensa regular sobre a pandemia em Portugal, onde foi questionado sobre as dúvidas quanto aos dados dos boletins diários.

A diretora-geral da Saúde frisou que o número total de casos confirmados fornecidos diariamente ao país “é fiável” e que nos últimos meses melhorou na forma como “é extraído compilado e rapidamente transmitido a todos os portugueses e a nível internacional”.

Graça Freitas sustentou que os “afinamentos a fazer” não são em relação ao número total de casos, mas em relação aos concelhos.

O relatório desta segunda-feira volta a não incluir a atualização da distribuição dos casos por cada concelho, à semelhança do que aconteceu no domingo, bem como os 200 casos da Região de Lisboa e Vale do Tejo, referentes a testes realizados por um laboratório privado que em três dias da semana passada não os registou no sistema”.

Além desta situação em Lisboa e Vale do Tejo e da necessidade de alocar os casos aos respetivos concelhos, Graça Freitas explicou que, aproveitando esta circunstância, estava na altura “de fazer um balanço” e de se juntar todas as bases nacionais com as locais para se “tentar afinar, aprimorar e chegar ao número mais possível da realidade ao nível concelhio”.

A diretora-geral da saúde afirmou também que “a vigilância epidemiológica em Portugal nunca foi tão escrutinada”, tendo sido captados até à data quase 400 mil pessoas suspeitas, “o que gera um volume de milhões de informações”.

Segundo Graça Freitas, o sistema sofreu ao longo dos últimos meses “melhorias, incrementos e não estava dimensionado para este volume de dados”.

“Portugal há mais de 125 dias que reporta ininterruptamente o total de casos confirmados no país. Muitas países não reportam com esta regularidade. Temos de estar orgulhosos do caminho que fomos fazendo para fornecer aos decisores e aos portugueses um exercício de transparência e informar o mais perto possível da realidade", precisou.

Graça Freitas sublinhou que “o sistema é complexo” e tem vindo “a ser afinado”.

Sobre o que se está a passar com os concelhos, a diretora-geral da saúde afirmou que, enquanto a nível nacional existe a “capacidade de cruzar de forma harmonizada, segura e com proteção dos dados individuais” a informação, a nível local existem “outros instrumentos” que permitem “captar os dados precocemente que ainda não entraram nas plataformas informáticas”.

Graça Freitas frisou que em alguns concelhos do país “havia algumas discrepâncias entre o nível nacional e local que carecia de explicação”, tendo sido esta informação parada por uns dias para “melhorar o sistema” e “para aproximar os dados tão perto quanto possível da realidade”.

Portugal regista hoje mais seis óbitos por covid-19, em relação a domingo, e mais 232 casos de infeção confirmados, dos quais 195 na região de Lisboa e Vale do Tejo, segundo os dados da Direção-Geral da Saúde (DGS) hoje divulgados.

De acordo com o boletim epidemiológico diário, o total de óbitos por covid-19 desde o início da pandemia é agora de 1.620 e o total de casos confirmados é de 44.129.