Graça Freitas, que falava na habitual conferência de imprensa diária de ponto de situação sobre a pandemia em Portugal, confirmou que estão registados casos de “seis cidadãos que no final de março e no princípio de abril, no período de incubação, estiveram em Angola e depois vieram a desenvolver a doença em Portugal”, e adiantou que esta “não é uma situação nova”, nem “um foco da doença”.

“Temos estado em contacto com a senhora ministra da Saúde de Angola para fornecermos a Angola informação que permita retrospetivamente encontrar em Angola ligação a estes casos, mas como estas pessoas à partida estão em Portugal e não terão regressado a Angola, porque se encerraram fronteiras, estamos a pedir às nossas próprias autoridades de saúde no local de residência destas pessoas que façam um inquérito epidemiológico de pormenor que possa auxiliar no conhecimento retrospetivo de Angola”, descreveu Graça Freitas.

A diretora-geral salientou que esta “é só uma tentativa de se perceber se houve no passado alguma cadeia de transmissão” e prometeu “todo o apoio necessário” ao Ministério da Saúde de Angola para ter mais conhecimento sobre “uma situação que já não está ativa”, frisou.

A ministra angolana da Saúde, Sílvia Lutucuta, disse no domingo que está a trabalhar com as autoridades sanitárias portuguesas para saber mais sobre os casos de covid-19 identificados em Portugal com origem em Angola.

Segundo o relatório da situação epidemiológica divulgado diariamente pela Direção-Geral da Saúde, Portugal registava seis casos importados de Angola.

“Desde o primeiro momento em que tomamos contacto com esta notícia, iniciamos contactos por via diplomática e direta com as instituições de saúde de Portugal e estamos a fazer um trabalho conjunto para esclarecimento desta situação”, disse Sílvia Lutucuta numa conferência de imprensa em Luanda.

“Ainda não temos dados, há um trabalho profundo de análise epidemiológica destes casos que tem de ser feito e será feito durante os próximos dias”, acrescentou.

Portugal contabiliza 1.163 mortos associados à covid-19 em 27.913 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia.

Relativamente ao dia anterior, há mais 19 mortos (+1,7%) e mais 234 casos de infeção (+0,8%).

Das pessoas infetadas, 709 estão hospitalizadas, das quais 113 em unidades de cuidados intensivos, e o número de casos recuperados é de 3.013.

Portugal entrou no dia 03 de maio em situação de calamidade devido à pandemia, depois de três períodos consecutivos em estado de emergência desde 19 de março.