“Não há neste momento evidência de que haja reinfeção nem que as pessoas que venham a testar positivo [depois de consideradas curadas] tenham a capacidade de transmitir” a doença, afirmou Graça Freitas em conferência de imprensa de acompanhamento da pandemia no Ministério da Saúde.
No entanto, deve manter-se “o princípio da cautela”, defendeu, e mesmo depois de dadas como curadas ao fim de dois testes negativos, as pessoas devem “manter as medidas” de precaução para evitar contrair ou transmitir o novo coronavírus, como o uso de máscara, lavagem das mãos ou etiqueta respiratória.
Sem “prova inequívoca desse fenómeno da reinfeção”, o que se sabe é que há pessoas que podem “ter um teste positivo, mas isso não significa nem que estejam reinfetadas, doentes ou possam transmitir”, mas que “na sua área respiratória inferior existem partículas virais que dão positivo no teste que as detete”, referiu.
“Mas isso não quer dizer que sejam partículas viáveis do vírus que são capazes de provocar outra vez a doença ao próprio ou a outras pessoas”, reforçou.
Em relação à imunidade adquirida por pessoas que tenham recuperado da COVID-19, Graça Freitas referiu que “não se sabe a duração” dos anticorpos encontrados no organismo nem qual a real capacidade que têm de proteger, indicando também que há outro mecanismo imunitário, as chamadas ‘células T”, que pode desencadear alguma imunidade mesmo sem presença de anticorpos.
Graça Freitas afirmou que o Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge está a fazer testes serológicos – que medem a presença de anticorpos para o SARS-CoV-2 – e que já tem um programa de mais testes supletivos para avaliar a imunidade criada pelo contacto com o vírus.
A diretora-geral da Saúde afirmou que os testes de diagnóstico usados em Portugal seguem um programa de controlo de qualidade feito por “instituições idóneas” e que os laboratórios licenciados que os realizam também fazem esse controlo.
“Todos os testes têm uma sensibilidade e uma especificidade que não é de 100%”, havendo que “contar com uma margem de falsos negativos e positivos, e por isso é que se repetem quando se justifica”, apontou.
Além disso, a realização de testes “tem que ser observada com muito cuidado e muita cautela por médicos, epidemiologistas e outros profissionais de saúde” porque “não são situações de preto ou branco e há muitas variações com as quais se tem de contar”, destacou.
Portugal contabiliza pelo menos 1.676 mortos associados à COVID-19 em 47.426 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).
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