Caso os cidadãos de Hubei recebam um código "verde" numa aplicação para smartphone que avalia o seu estado de saúde, poderão circular dentro da província, isolada desde janeiro, informaram as autoridades chinesas esta terça-feira.
O governo provincial anunciou que utilizará uma aplicação para smartphones para atribuir um código de saúde aos moradores.
As pessoas com um código verde – que significa que não estiveram em contacto com pessoas infectadas – e que moram em zonas consideradas de risco médio ou baixo serão autorizadas a viajar dentro da província.
Os casos confirmados ou suspeitos têm código vermelho, enquanto o código amarelo indica um contacto próximo com um caso confirmado. Não há indicações, no entanto, de que as pessoas poderão sair da província e também não foi anunciado o fim das medidas de contenção em Wuhan, capital de Hubei.
O presidente chinês Xi Jinping visitou esta terça-feira pela primeira vez a cidade de Wuhan, que em janeiro se tornou o epicentro da doença.
Queda no número de novos mortes
A China voltou hoje a registar uma queda no número de novos casos de infeção, 19, face a 40 no dia anterior, ao mesmo tempo que ocorreram 17 mortes, quase todas na cidade de Wuhan, epicentro da epidemia do COVID-19.
Até à meia-noite de segunda-feira (16:00 horas de domingo, em Lisboa), a China continental, que exclui Macau e Hong Kong, contabilizava, no total, 80.754 infetados e 3.136 mortos devido ao novo coronavírus.
A Comissão Nacional de Saúde informou que, no mesmo período de 24 horas, 1.297 pessoas receberam alta após terem superado a doença, elevando o total de pacientes curados para quase 60.000.
Todas as mortes recentes ocorreram na província de Hubei, epicentro da epidemia, que concentra 17 dos 19 casos novos, e onde várias cidades foram colocadas sob quarentena, com entradas e saídas interditas. No total, Hubei soma 3.024 mortes e 67.760 casos confirmados.
Nas últimas 24 horas foram confirmados dois casos “importados” de fora do país; um em Pequim e outro em Cantão.
Segundo dados oficiais, desde o início do surto, mais de 675.338 pessoas que tiveram em contacto próximo com os infetados foram acompanhadas, entre as quais 16.982 permanecem sob observação.
Uma das prioridades das autoridades chinesas é agora “protegerem-se contra a importação” de infeções de outros países. A epidemia de COVID-19 foi detetada em dezembro, na China, e já provocou mais de quatro mil mortos entre mais de 113 mil pessoas infetadas numa centena de países e territórios.
Ameaça de pandemia "real", diz OMS
O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS) afirmou ontem que a ameaça de uma pandemia "voltou a ser muito real", depois de o número de casos ter superado os 100.000 contágios em mais de 100 países.
"É preocupante que tantos países tenham sido afetados tão rapidamente, o número de casos mostra que a ameaça de pandemia se revelou muito real, mas esta pode ser a primeira pandemia na história que seremos capazes de controlar", estimou Tedros em conferência de imprensa.
A OMS declarou a última pandemia global em 2009, com a gripe A. "Não nos preocupa a palavra, mas sim a reação que provoca e queremos que esta seja a de continuar a lutar, não a de abandonar", afirmou a este respeito o diretor executivo da OMS para Emergências Sanitárias, Mike Ryan.
Mais de 70% das pessoas contaminadas pelo novo coronavírus na China estão curadas, anunciou hoje a OMS, indicando que o gigante asiático “está prestes a controlar a epidemia”. “Em 80.000 casos reportados na China, mais de 70% estão curados”, afirmou o responsável da OMS.
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