À saída da quarta reunião para avaliar a situação epidemiológica da covid-19 em Portugal, promovida pelo Governo, e que juntou o primeiro-ministro, António Costa, o Presidente da República, o presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, líderes partidários, parceiros sociais e conselheiros de estado (estes por videoconferência), Marcelo Rebelo de Sousa referiu que nesta sessão de cerca de quatro horas “houve mais um contributo, muito útil, explicando experiências estrangeiras daqueles países que têm tido uma evolução semelhante” à de Portugal no combate ao novo coronavírus.

Questionado sobre esses exemplos de outros países, o chefe de Estado aproveitou para “esclarecer um ou dois pontos que por vezes são mal compreendidos”, dando o exemplo de Espanha, “que anunciou há dias a abertura da atividade da construção civil e das indústrias”, e ressalvando que “nunca houve interdição ou restrição em Portugal em relação a qualquer das duas atividades”. “As comparações são todas relativas. Cada país, é um país”, advertiu.

Destacando que “há uma coordenação europeia que, nomeadamente em termos de circulação entre países, é fundamental”, o Presidente da República referiu que “depois cada país segue o seu caminho”.

“E o caminho seguido em Portugal tem-se devido muito a esta preocupação que nasceu de uma iniciativa do senhor primeiro-ministro, que foi o diálogo entre especialistas e responsáveis políticos, observando o que se passa noutros países, mas sobretudo olhando ao que se passa em Portugal”, enalteceu.

De acordo com Marcelo Rebelo de Sousa, “há países que estão num processo mais próximo” daquele que é o português em termos de evolução e que “anunciaram, em prazos diferentes, alguns pequenos passos de abertura”.

No entanto, analisando “com cuidado esses países”, segundo Marcelo Rebelo de Sousa, “vê-se que esses passos, em parte coincidem com setores que não estão restritos em Portugal, noutros passos coincidem com matéria que pode vir a ser equacionada em Portugal”.

“E há domínios de que já falou o senhor primeiro-ministro, no sistema escolar, em que vários desses países têm uma posição mais conservadora e menos aberta do que a das autoridades portuguesas”, detalhou ainda.

A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou quase 127 mil mortos e infetou mais de dois milhões de pessoas em 193 países e territórios.

Em Portugal, morreram 599 pessoas das 18.091 confirmadas como infetadas, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.