“Os profissionais do Serviço Nacional de Saúde estão a dar o seu melhor para tratar quem precisa, mas nós podemos ajudar. Há muita gente disposta a ajudar e não sabe como fazê-lo e há muita gente que precisa de ajuda e não há mãos a medir para tarefas que todos conseguimos fazer. Esta é uma iniciativa pioneira de mobilização comunitária que pode ser um exemplo para todo o país”, lê-se numa nota do gabinete do vereador responsável pelo pelouro da Ação Social, Manuel Grilo (BE, partido que tem um acordo de governação da cidade com o PS).

Assim, no âmbito das medidas que a Câmara de Lisboa está a tomar para fazer face à pandemia de covid-19, é hoje lançado o portal REDESOLIDARIA.PT.

Os lisboetas poderão inscrever-se para entrar numa “plataforma que organizará a resposta de base cívica e comunitária da cidade de Lisboa, freguesia a freguesia, bairro a bairro”, para ajudar “muitas pessoas idosas, pessoas com deficiência e pessoas em isolamento por suspeita de infeção”.

A triagem das inscrições no REDESOLIDARIA.PT será feita pela Câmara Municipal, que as encaminhará às Juntas de Freguesia.

Depois, as Juntas de Freguesia atribuirão as tarefas consoante a possibilidade de cada um dos inscritos e “as necessidades da população vulnerável do seu território”.

“Estas tarefas solidárias vão desde a realização de compras, à entrega de refeições e/ou medicamentos, ao passeio de animais domésticos ou a outras formas de apoio como a prevenção da violência doméstica”, lê-se na nota.

A Câmara de Lisboa garante que todas as pessoas que se predisponham a ajudar terão o material de proteção necessário.

Além disso, o município fornecerá “o suporte de informação necessária para que as tarefas sejam feitas em segurança e com o menor risco possível de contágio, garantindo distribuição de material de proteção a quem integre a rede solidária e desempenhe estas tarefas”.

Estão excluídas da rede todas as pessoas de grupos de risco.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, infetou mais de 250 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 10.400 morreram. Das pessoas infetadas, mais de 89.000 recuperaram da doença.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se já por 182 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou hoje o número de casos confirmados de infeção para 1.020, mais 235 do que na quinta-feira.

O número de mortos no país subiu para seis.

Portugal encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de quinta-feira, depois de a Assembleia da República ter aprovado na quarta-feira o decreto que lhe foi submetido pelo Presidente da República, com o objetivo de combater a pandemia de covid-19, após a proposta ter recebido pareceres favoráveis do Conselho de Estado e do Governo.

O estado de emergência proposto pelo Presidente prolonga-se até às 23:59 de 02 de abril.

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