Segundo o executivo brasileiro, liderado pelo Presidente Jair Bolsonaro, a taxa de mortalidade da covid-19 no Brasil é de cerca de 3,5%, de momento.

De acordo os dados, 15 das 27 unidades federativas do país (26 estados mais o Distrito Federal) registaram óbitos devido ao novo coronavírus: Amazonas, Bahia, Ceará, Pernambuco, Piauí, São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Minas Gerais, Goiás, Paraná, Maranhão, Santa Catarina, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul.

Assim, todas as regiões do Brasil têm mortes confirmadas pela covid-19.

São Paulo continua a ser o estado brasileiro mais afetado, totalizando 113 mortos e 1.517 casos confirmados. Segue-se o Rio de Janeiro com 18 óbitos e 657 infetados e o Ceará que, até ao momento, contabilizou cinco vítimas mortais e 372 casos positivos da covid-19.

O Governo de Bolsonaro anunciou que deixará de fazer a habitual conferência de imprensa diária apenas com dados do Ministério da Saúde, liderado pelo ministro Luiz Henrique Mandetta, mas sim com uma presença interministerial.

Ao lado de outros ministros, Mandetta voltou a pedir que sejam mantidas as recomendações feitas pelos estados para conter o avanço da pandmeia do novo coronavírus, e que visam a restrição de circulação de pessoas e o funcionamento de alguns tipos de comércio.

“Por enquanto, mantenham as recomendações dos estados, porque neste momento é a medida mais recomendável, porque temos muitas fragilidades ainda no sistema de Saúde”, disse Mandetta, contrariando a postura de Jair Bolsonaro, que diariamente apela a que a população continue a sair de casa para trabalhar.

“No momento, devemos manter o máximo grau de distanciamento social, para que possamos (…) dar tempo para que o sistema [de saúde] se consolide na sua expansão”, acrescentou o governante, em conferência de imprensa.

No domingo, Jair Bolsonaro contrariou as recomendações sanitárias de quarentena no país e passeou por localidades da área metropolitana de Brasília, visita que foi partilhada pelo chefe de Estado na rede social Twitter.

Jair Bolsonaro tem criticado frequentemente as medidas de isolamento social, adotadas a nível estadual e municipal, frisando que, embora seja necessário cuidar da saúde da população, também se deve prevenir o duro efeito económico que a pandemia pode causar.

O Ministério da Saúde brasileiro anunciou que enviou aos profissionais de saúde dos vários estados materiais necessários para evitar o contágio, entre eles, 14,2 milhões de máscaras cirúrgicas, 24 milhões de luvas para procedimentos não cirúrgicos, 168 mil frascos de álcool etílico e 60 mil óculos de proteção, entre outros.

Na passada sexta-feira, a tutela da Saúde anunciou também a cedência 144 milhões de reais (25,1 milhões de euros) para a construção de um centro hospitalar, em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), especializado no atendimento de pacientes infetados com a covid-19 em estado grave, e que será implantado no Rio de Janeiro.

“A construção do Centro Hospitalar Fiocruz será dividida em duas etapas, a primeira levará 40 dias e contará com 100 camas, sendo 50 para tratamento intensivo e 50 para semi-intensivo. A expectativa é de que, ao final de dois meses, toda a obra, com o total de 200 camas, já esteja concluída”, anunciou a executivo brasileiro.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 750 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 36 mil. Dos casos de infeção, pelo menos 148.500 são considerados curados.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

Em Portugal, segundo o balanço feito pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 140 mortes e 6.408 casos de infeções confirmadas. Dos infetados, 571 estão internados, 164 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 43 doentes que já recuperaram.