“Neste momento não estamos a sentir ainda nenhuma alteração na utilização [dos ginásios] e a mensagem que queremos deixar bem vincada é que esta é a altura errada para deixar de fazer exercício físico, porque este melhora e fortalece o nosso sistema imunitário. Quanto mais exercício físico fizermos, maior é a capacidade que temos para resistir a qualquer tipo de infeção, viral ou bacteriana”, afirmou o presidente da associação de ginásios de Portugal em declarações à agência Lusa.
De acordo com José Carlos Reis, a associação elaborou e enviou a todos os clubes um plano de contingência com as medidas a adotar para conter a disseminação do vírus: “Os ginásios estão preparados. As pessoas têm, como é lógico, de ter algum cuidado, como não levarem as mãos à cara, não estarem muito próximas dos outros e, essencialmente, terem cuidados de higiene muito grandes. O mais importante é lavarem as mãos com a maior frequência possível, essa é a grande medida a tomar”, sustentou.
Entre as medidas previstas no plano enviado aos ginásios estão a disponibilização de desinfetantes nas salas de exercício, a fixação em todos os locais de informação sobre os cuidados de higiene a ter, uma limpeza “mais frequente e sistemática” de objetos como torneiras, manípulos das portas, balcões ou corrimãos, e a definição de uma zona do clube para onde devem ser encaminhadas as pessoas com sintomas de Covid-19.
E, se a “situação de algum risco de contágio” vivida atualmente justifica que se as pessoas estejam “mais alertas no dia-a-dia”, José Carlos Reis frisa que “deixar o exercício é a última coisa que devem fazer, porque estão a prejudicar-se”.
“O exercício beneficia o sistema imunitário e os ginásios estão preparados. O nosso conselho vai no sentido de as pessoas continuarem a fazer a prática do seu exercício físico normalmente e, se possível, até a reforçarem-no, porque o seu sistema imunitário sem dúvida que vai ficar fortalecido e ter uma capacidade de combate ao vírus muito superior”, reiterou.
Com cerca de mil ginásios associados, a AGAP - Portugal Activo diz representar “mais de 80% dos ginásios do país”.
A epidemia de Covid-19 foi detetada em dezembro, na China, e já provocou mais de 3.800 mortos.
Cerca de 110 mil pessoas foram infetadas em mais de uma centena de países, e mais de 62 mil recuperaram.
Nos últimos dias, a Itália tornou-se o caso mais grave de epidemia fora da China, com 366 mortos e mais de 7.300 contaminados pelo novo coronavírus, que pode causar infeções respiratórias como pneumonia.
Para tentar travar a epidemia, o Governo de Roma colocou cerca de 16 milhões de pessoas em quarentena no Norte do país, afetando cidades como Milão, Veneza ou Parma.
Portugal regista 30 casos confirmados de infeção, segundo o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde (DGS), divulgado no domingo.
Todos os infetados, 18 homens e 12 mulheres, estão hospitalizados.
A DGS comunicou também que 447 pessoas estão sob vigilância por contactos com infetados.
Face ao aumento de casos, o Governo ordenou a suspensão temporária de visitas em hospitais, lares e estabelecimentos prisionais na região Norte.
Foram também encerrados alguns estabelecimentos de ensino secundário e universitário no Norte, bem como duas escolas na Amadora e uma em Portimão.
Em Felgueiras e Lousada, foram encerrados ginásios, bibliotecas, piscinas e cinemas, além de todas as escolas.
Os residentes naqueles dois concelhos do distrito do Porto foram aconselhados a evitar deslocações desnecessárias.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, iniciou no domingo um período de isolamento de duas semanas em casa, depois de ter estado com alunos de uma escola de Felgueiras onde foi detetado um caso de infeção.
Apesar de não ter sintomas da doença, Marcelo Rebelo de Sousa, 71 anos, vai fazer hoje um teste ao Covid-19.
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