“Vamos pedir aos casinos para suspender serviços durante duas semanas”, disse Ho Iat Seng em conferência de imprensa, pouco depois de terem sido confirmados mais dois casos de infenção pelo novo coronavírus. Macau regista agora 10 casos confirmados.
O responsável assumiu ter sido uma “decisão difícil” e que “vai causar muitos danos económicos, mas Macau consegue assumir esse risco”.
Ho Iat Seng lebrou que a Lei Básica de Macau estabelece que as autoridades do território podem decretar a suspenção da operação dos casinos.
Os casinos de Macau fecharam 2019 com receitas de 292,46 milhões de patacas (cerca de 32,43 milhões de euros), menos 3,4% do que no ano anterior.
Capital mundial do jogo, Macau é o único local na China onde o jogo em casino é legal. Operam no território seis concessionárias: Sociedade de Jogos de Macau, fundada pelo magnata Stanley Ho, Galaxy, Venetian (Sands China), Melco Resorts, Wynn e MGM.
Ho Iat Seng assumiu que o território vai ter um défice no orçamento, mas reiterou que a medida tinha de ser tomada.
“Temos reservas financeiras”, para aguentar esta fase, reforçou.
“Vamo-nos reunir com os responsáveis das concessionárias” ainda hoje e mais tarde informar quando é que os casinos vão ser suspensos, mas poderá ser já durante o dia de hoje, ou no próximo dia, acrescentou.
O chefe do Executivo afirmou que esta decisão foi tomada porque um dos casos conhecido hoje, uma mulher de 29 anos, “trabalha no Galaxy”, complexo turístico que inclui casinos, hotéis, lojas e restauração.
A mulher trabalhava na cantina do casino e nos ‘shutle bus’, adiantou o responsável.
“Estamos a preparar várias medias” dependendo da fase em que o surto se encontra, disse, avisando que os próximos dias são de alto risco.
O número de pessoas infetadas em Macau com o novo coronavírus subiu hoje para dez, com um novo caso registado num residente de 57 anos, disse à Lusa fonte dos Serviços de Saúde.
O caso foi diagnosticado esta manhã no doente, que ainda se encontra em avaliação, mas o seu estado é considerado estável, acrescentou a mesma fonte.
Segundo os Serviços de Saúde, o homem viajava com frequência para Cantão (Guangzhou).
Já está manhã, as autoridades sanitárias tinham anunciado o nono caso confirmado, naquele que poderá ser o primeiro caso de contágio em Macau, uma vez que a paciente garantiu não ter saído do território nos últimos dias e manteve contacto direto e próximo com o oitavo caso confirmado no território, numa mulher de 64 anos.
“Foi diagnosticado em Macau um novo caso confirmado da infecção pelo novo coronavírus, numa mulher, 29 anos de idade, residente de Macau”, indicaram as autoridades, em comunicado.
De acordo com a mesma nota, a mulher “visitou a casa do oitavo caso confirmado em Macau em 24 de janeiro e ficou lá por cerca de quatro horas”.
A China elevou hoje para 426 mortos e mais de 20.400 infetados o balanço do surto de pneumonia provocado por um novo coronavírus (2019-nCoV) detetado em dezembro passado, em Wuhan, capital da província de Hubei (centro), colocada sob quarentena.
Hong Kong anunciou, esta manhã, a primeira morte relacionada com o coronavírus. Um residente de Hong Kong de 39 anos morreu vítima de pneumonia viral causada pelo novo coronavírus, na primeira morte registada na região administrativa especial chinesa e na segunda fora da China continental.
Além do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há mais casos de infeção confirmados em 24 outros países.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou na quinta-feira uma situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional, o que pressupõe a adoção de medidas de prevenção e coordenação à escala mundial.
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