O declínio da produção agrícola, a escassez de água e o aumento do nível do mar são algumas das mudanças climáticas que, segundo o Banco Mundial, podem fazer com que cerca de 86 milhões de pessoas da África subsaariana, 40 milhões do sul da Ásia e 17 milhões da América Latina acabem por migrar.

Kristalina Georgieva, diretora-executiva do Banco Mundial, alerta que “as mudanças climáticas tornam-se todos os dias numa maior ameaça económica, social e existencial” e que isso é visível em cidades que, sem precedentes, enfrentam crises de água ou em áreas agrícolas que não podem produzir alimentos essenciais.

Contudo, os investigadores argumentam que o número de migrantes pode ser reduzido até 80% se as políticas atuarem e reduzirem as emissões de gases de efeito de estufa e, desta forma, evitarem uma crise humanitária que ponha em risco o desenvolvimento de alguns países.

Mudanças climáticas influenciam emigração

“As mudanças climáticas tornaram-se num motor de migração, forçando indivíduos, famílias e comunidades inteiras a procurar lugares mais sustentáveis”, afirma Kristalina Georgieva.

As conclusões do relatório do Banco Mundial apoiam-se em três estudos de caso, um dos quais na Etiópia, onde o crescimento demográfico pode atingir 85% até 2050 e forçar o aumento das migrações devido à baixa de colheitas.

Outro caso diz respeito ao Bangladesh, onde os “migrantes climáticos” podem ser mais numerosos do que todos os outros tipos de deslocados internos até 2050.

Por fim, no sul do México os migrantes de zonas vulneráveis às alterações climáticas deverão crescer face aos migrantes de zonas urbanas.