"Está provado que muitas destas algas têm compostos bioativos, que têm aplicação na indústria da cosmética, na indústria alimentar ou na indústria farmacêutica pelas suas capacidades antioxidantes ou antitumorais. Já sabemos que muitas destas algas têm este potencial, mas precisamos estudar mais", disse à agência Lusa Marco Lemos, coordenador do grupo de investigação da Escola Superior de Turismo e Tecnologias do Mar de Peniche, do Instituto Politécnico de Leiria, que lidera o projeto europeu. Para o investigador, dos 20 tipos diferentes de algas identificadas "oito têm elevado potencial".

No âmbito do projeto, está a ser desenvolvida tecnologia inovadora, recorrendo a sensores e câmaras híper-espectrais, que dentro de dois anos vai ser colocada no mar, entre Peniche e a ilha das Berlengas, para monitorizar em permanência o meio subaquático.

Além de estudarem o potencial das algas, os investigadores vão conseguir recolher dados a partir do fundo do mar sobre as "condições em que as algas aparecem, onde aparecem e quando podem ser recolhidas".

Depois de Peniche, os investigadores querem alargar o estudo à costa portuguesa e galega. "O noroeste ibérico, entre a Galiza e Peniche, é muito rico destas algas especialmente em zonas mais rochosas", explicou.

O projeto, com duração de quatro anos, tem como objetivo criar novos produtos, como rações, medicamentos, e cosméticos, a partir das algas invasoras, que estão por explorar, para criar negócios ligados à extração das algas e à indústria.

Projeto internacional

Além do Politécnico de Leiria, o projeto envolve o Instituto de Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica e Gestão Industrial da Universidade do Porto, a Universidade de Coimbra, a Universidade de Vigo (Espanha) e ainda empresas portuguesas, austríacas e holandesas. Apelidado de AMALIA (Algae-to-MArket Lab IdeAs), o projeto foi um dos quatro recentemente financiados pela Comissão Europeia no âmbito do mecanismo Blue Labs.

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