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A vacina de anticorpos BnAbs demonstraram conseguir prevenir a infeção pelo vírus da SIDA
4 de abril de 2013 - 14h30
Cientistas anunciaram esta quarta-feira ter encontrado pistas promissoras na resposta natural do sistema imunitário de um paciente do Maláui ao vírus da SIDA. A descoberta surge no âmbito da procura de uma vacina contra o VIH, que será fabricada a partir de anticorpos produzidos pelo ser humano.
Ao estudar amostras de sangue recolhidas ao longo três anos depois da contração da infeção, os cientistas deram conta de uma batalha microscópica entre o vírus e os anticorpos no corpo do indivíduo. Tanto o vírus como os anticorpos iam sofrendo evoluções à medida que tentavam ganhar o controlo sobre o outro.
Pela primeira vez, os estudiosos conseguiram acompanhar a cadeia completa de etapas do paciente na produção de anticorpos (BnAbs), gerados pelo corpo com a responsabilidade de neutralizar as diferentes fases do vírus da imunodeficiência humana (VIH).
"A pesquisa atual preenche lacunas do conhecimento que têm impedido o desenvolvimento de uma vacina eficaz para um vírus que matou mais de 30 milhões de pessoas em todo o mundo", destacou um comunicado do centro universitário Duke Medicine, que participou no estudo juntamente com equipas dos Estados Unidos e do Maláui.
O estudo foi publicado na revista Nature.
"Aprendemos com este indivíduo a forma como os anticorpos são induzidos, com a esperança de que esta informação possa servir como diretriz para criar a indução destes anticorpos como vacina preventiva", acrescentou Barton Haynes, diretor do Instituto de Vacina Humana da Universidade Duke, citado pela agência France Presse.
Os anticorpos são a infantaria do sistema imunitário, agarrando-se aos vírus e micróbios com o intuito de os destruir a partir da geração de células "assassinas" especializadas.
A maior parte das vacinas antivirais é feita a partir de anticorpos especializados em reconhecer germes, mas o método ainda não conseguiu encontrar uma solução para o VIH.
Vírus mais rápido que anticorpos
Um dos maiores obstáculos dos criadores de vacinas é o facto do vírus da SIDA evoluir rápido demais para ficar exposto ao ataque dos anticorpos.
O indivíduo estudado pertence ao grupo de cerca de 20% das pessoas infetadas com o VIH cujo sistema imunitário produz naturalmente BnAbs. Porém, tal acontece apenas dois a quatro anos depois da infeção e não desimpede o hospedeiro de continuar o tratamento com medicamentos antirretrovirais.
"Quando os anticorpos neutralizadores são produzidos, estes não ajudam a pessoa já infetada. A ideia, no entanto, é estarem presentes antes da infeção, de maneira a evitar a infeção ou a inserção do material genético do vírus no material genético do hospedeiro", explicou Haynes.
Em macacos, a vacina de anticorpos BnAbs demonstraram conseguir prevenir a infeção.
A sida foi descoberta em 1981 e é uma doença que destrói o sistema imunitário. Segundo dados das Nações Unidas, quase um por cento da população mundial está infetada com o vírus do VIH.
Nesta pesquisa, os cientistas isolaram um anticorpo denominado CH103 e descobriram que ele foi ativado por uma envoltório de proteína específico encontrado em uma forma remota e de baixa mutação do vírus HIV.
SAPO Saúde com AFP
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