31 de janeiro de 2013 – 15h42
A humulona, um composto que confere à cerveja um sabor amargo, pode vir a dar origem a medicamentos para tratar a diabetes e alguns tipos de cancro, indica estudo da Universidade de Washington.
"Agora que temos os resultados pretendidos, o que acontece ao lúpulo amargo no processo de produção de cerveja, tudo faz mais sentido", comenta Werner Kaminsky, um dos investigadores envolvidos no estudo, num comunicado da Universidade de Washington.
Outras investigações já tinham revelado que a cerveja e os seus ácidos, quando bebidos com moderação, têm efeitos benéficos no combate da diabetes, cancro e alguns tipos de infeções. Mas até agora, não se sabia porquê. 
Werner Kaminsky e os colegas usaram um processo com quase 100 anos, chamado cristalografia de raios X, para descobrir a estrutura dos ácidos, das moléculas de humulona e alguns dos seus derivados, abrindo portas para o desenvolvimento de futuras substâncias farmacêuticas.
As moléculas de humulona são rearranjadas durante o processo de fermentação para conter um anel com cinco átomos de carbono em vez de seis. No final do processo, formam-se dois grupos secundários que podem ser configurados em quatro formas diferentes. 
A descoberta dessa configuração ajuda a perceber o processo de formação da humulona e determina de que modo a molécula reage com outra substância, criando a possibilidade de a vir a incluir em medicamentos, já que está provado que tem propriedades medicinais.
Os autores do estudo publicado na revista Angewandte Chemie International Edition apontam que apesar do consumo de cerveja em excesso não ser recomendado para a saúde, a humulona isolada e os seus compostos derivados podem vir a ser usados farmacologicamente com benefício para a saúde.
SAPO Saúde