14 de fevereiro de 2013 - 10h11
Os centros de saúde vão ter ‘kits’ de diagnóstico rápido para rastreio do VIH/sida com o objetivo de “tratar imediatamente as pessoas” e “evitar a propagação da doença”, adiantou na quarta-feira o ministro da Saúde, Paulo Macedo.
O ministro falava no final da audiência na residência oficial do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, na qual o chefe do executivo, acompanhado de Paulo Macedo e do diretor-geral de Saúde, Francisco George, recebeu uma delegação de ativistas de organizações não-governamentais (ONG) na área da luta contra o VIH/sida, no âmbito do Dia Internacional do Preservativo, que hoje se assinala.
“Outra questão que constatámos é que ainda há um largo número de pessoas que é seropositivo e não está diagnosticado e essencialmente por razões de discriminação”, disse ainda Paulo Macedo, no final do encontro.
O ministro da Saúde sublinhou ainda a importância de uma maior intervenção centrada nos jovens, uma vez que “muitos têm relações sem preservativo”.
Ainda assim, quando questionado sobre algumas preocupações deixadas pelos ativistas na audiência com Passos Coelho, como a ausência de educação sexual nas escolas, Paulo Macedo afirmou que os mais novos são alvo de campanhas direcionadas para eles e mostrou-se mais preocupado em chegar a grupos de população que não estejam tão bem identificados por se encontraram “fora do sistema”.
“Há segmentos da população que estão claramente conscientes, mas há outras camadas que estão afastadas, que não vão ao centro de saúde, não vão fazer o seu diagnóstico, dando azo a que o número de novos casos não baixe, o que é uma das nossas maiores preocupações”, declarou o governante.
Luís Mendão, presidente do GAT (Grupo Português de Ativistas sobre Tratamentos de VIH/sida), afirmou a importância dos “compromissos assumidos” hoje a nível político, sublinhando a necessidade de “parcerias” que permitam otimizar a relação do trabalho de prevenção das ONG e de tratamento pelo Serviço Nacional de Saúde.
“Para termos sucesso julgo que a palavra parceria é de realçar. Na realidade os recursos que temos tido disponíveis não diminuíram, mas são muito baixos. O investimento que fazemos em termos de prevenção e rastreio é muito diminuto face àquilo que o Estado suporta em termos de tratamento, na ordem das várias dezenas de vezes de diferença”, afirmou o ativista.
Luís Mendão, ele próprio doente com VIH/sida, sublinhou ainda a necessidade destes doentes serem entendidos como parte da solução e não como o problema, manifestando “disponibilidade para trabalhar com rigor sobre prioridades de saúde pública e os direitos das pessoas”.
SAPO Saúde com Lusa