“Vamos estar durante seis dias a prestar serviços médicos gratuitos […] e a evitar que toda esta carga seja depois tratada nos hospitais”, afirmou o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), numa visita ao edifício dos Serviços Sociais, preparado para acolher a “Via Verde Saúde JMJ 2023”, de 01 a 06 de agosto, das 12:00 às 24:00.
Esta resposta do município na área da saúde durante a JMJ pretende “complementar” o que está previsto no plano de saúde do Governo.
“Isto é uma oferta que a Câmara de Lisboa está a fazer ao plano de saúde e que foi muito bem recebida pelo Ministério da Saúde e por todos aqueles que fazem o plano de saúde. Aliás, nós trabalhámos muito bem com o Governo nesta área”, referiu Carlos Moedas, em declarações aos jornalistas.
Localizado na Avenida Afonso Costa, a cinco minutos a pé da estação de metro das Olaias, os Serviços Sociais da Câmara Municipal de Lisboa, que já prestam apoio na área médica aos trabalhadores do município, vão ter 25 profissionais de saúde, entre os quais sete médicos e quatro enfermeiros, dedicados à “Via Verde Saúde JMJ 2023”.
Todos os participantes na JMJ podem recorrer a esta assistência médica do município de Lisboa, existindo três maneiras de como chegar: sozinhos se se sentirem mal, referenciados pelo INEM - Instituto Nacional de Emergência Médica ou encaminhados pelos próprios centros de saúde.
À entrada dos edifícios dos Serviços Sociais, os utentes passam pela sala de espera, onde são identificadas as necessidades de saúde, depois são encaminhados para a sala de admissão, que tem atendimento em várias línguas, para que disponibilizem os dados pessoais, apresentando o Cartão de Cidadão ou o passaporte, ficando com uma etiqueta branca de identificação.
A terceira etapa do atendimento é no gabinete médico, onde é possível fazer análises clínicas e eletrocardiogramas. Depois, os utentes passam para a unidade de cuidados intermédios, numa sala com quatro camas preparadas com oxigenoterapia, soro hospitalar e equipamentos de monitorização de sinais vitais.
Segundo os médicos que acompanharam a visita, os Serviços Sociais têm capacidade para responder às necessidades de quem sentir alterações no seu habitual estado de saúde, nomeadamente situações de desidratação, golpes de calor, diarreias e quedas, com a possibilidade de realizar “pequenas cirurgias”, por exemplo, dar dois ou três pontos cirúrgicos.
A ideia é “retirar pressão às urgências centrais”, pelo que há também serviços de imagiologia, para fazer raio-x, ecografias ou TAC.
Depois do atendimento, os utentes podem ficar na sala de descanso, com dezenas de lugares sentados.
“Vou daqui tranquilo, sereno, a sentir que está tudo preparado e que podemos ajudar todos”, afirmou Carlos Moedas, após a visita, em que acompanhou o atendimento médico prestado nos Serviços Sociais.
Sem conseguir dar um número exato sobre quantas pessoas podem ser atendidas nos Serviços Sociais, o autarca reforçou que este é um apoio complementar ao plano de saúde do Governo, que tem postos avançados, tendas e hospitais de campanha na cidade.
Questionado se decidiu oferecer este apoio por temer que o plano de saúde do Governo não fosse suficiente para dar resposta às necessidades, o presidente da câmara respondeu: “Não, de maneira nenhuma”.
O social-democrata realçou a postura de “uma câmara proativa” e que está a “fazer mais do que lhe foi pedido”, complemento que é assegurado com o pagamento de horas extraordinárias, em que o custo “é marginal”, considerando que é preciso “estar unidos” para o sucesso da JMJ.
Sobre as greves previstas durante o evento, o autarca de Lisboa disse que “o diálogo social foi total” relativamente aos trabalhadores do município, nomeadamente na área da higiene urbana, esperando que o Governo também consiga dialogar para que os protestos durante a JMJ sejam desconvocados.
“Da nossa parte, fizemos tudo. Os trabalhadores e trabalhadoras da câmara estão muito motivados. Nesta altura, nós temos quase 4.000 pessoas envolvidas que vão trabalhar, de certa forma, dia e noite”, indicou, acrescentando que na limpeza urbana são “quase 2.000 pessoas”, entre trabalhadores do município e das juntas de freguesia da cidade.
Considerada o maior acontecimento da Igreja Católica, a JMJ vai realizar-se este ano em Lisboa, entre 01 e 06 de agosto, com a presença do Papa Francisco, sendo esperadas mais de um milhão de pessoas.
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