“Hoje, no Dia Mundial do Cancro, começamos um caminho comum que levará ao Plano de Ação contra o Cancro na Europa”, declarou a presidente do executivo comunitário, Ursula von der Leyen, discursando no Parlamento Europeu, em Bruxelas, numa conferência de anúncio da consulta pública para este programa.

Falando perante líderes políticos e profissionais da saúde e organizações não-governamentais, aos quais Bruxelas vai pedir opinião para criar as linhas diretrizes deste plano europeu, a responsável admitiu que “ainda não existem respostas” para todas as questões a acautelar neste programa, mas notou ser já possível “determinar um foco”.

Recorrendo a estatísticas que indicam que 40% dos casos de cancro poderiam ter sido evitados e que só 3% dos orçamentos estatais de saúde são destinados à prevenção, Ursula von der Leyen destacou que “a primeira questão que tem de ser discutida é a prevenção porque essa é a melhor cura que existe atualmente”.

Por seu lado, “a segunda prioridade é colocar as mais modernas tecnologias ao serviço da saúde”, referiu a presidente da Comissão Europeia.

Sustentando que “o orçamento europeu pode desempenhar um papel importante neste campo”, Ursula von der Leyen anunciou que, no âmbito do programa de inovação Horizonte 2020, será criado um novo investimento designado “missão sobre o cancro”.

Outra área na qual o Plano de Ação contra o Cancro na Europa se centrará é no diagnóstico precoce, precisou a responsável.

Destacando que “a vacinação pode salvar vidas”, Ursula von der Leyen estipulou como objetivo que 100% da população na UE tenha acesso às vacinas contra o vírus do papiloma humano.

“Todos os anos, 15 mil mulheres europeias morrem por causa do cancro do colo do útero, mas isto não tem de ser assim, este tumor pode ser derrotado”, frisou.

Ursula von der Leyen salientou ainda a necessidade de todos os cidadãos da UE terem os mesmos direitos nos tratamentos para o cancro, “independentemente de onde nasceram ou moram”.

“Sabemos que, infelizmente, esse ainda não acontece dentro da UE”, notou a responsável, exemplificando que “uma mulher com cancro do colo do útero que mora na Roménia tem 16 vezes mais chances de morrer do que uma outra mulher que mora em Itália”.

Também a título de exemplo, Ursula von der Leyen notou que em 25 Estados-membros da UE existem programas de rastreamento para o cancro de mama, mas o número baixa para 20 países no caso do cancro do cólon e/ou do reto.

“Isso não é sustentável e não está certo. Temos de discutir e trabalhar para a igualdade na nossa União”, concluiu.