O Banco Público de Células Estaminais do Cordão Umbilical (Lusocord) está em risco de parar as colheitas no final do mês se perder os últimos trabalhadores e não vir a situação financeira resolvida, segundo a diretora.

Em declarações à agência Lusa, Helena Alves disse ter esperança de que as dificuldades se resolvam, embora reconheça a situação de impasse que o Lusocord vive.

A principal dificuldade com que o Banco se depara é a falta de pessoal, já que dispõe apenas de dois trabalhadores que terminam o contrato no final deste mês.

“Não sei se estes trabalhadores vão ter o contrato renovado ou se acontece o mesmo que aconteceu aos outros que foram saindo no final dos seus vínculos”, disse.

A falta de pessoal tem impedido que as 7.000 amostras já recolhidas fiquem definitivamente tratadas para serem disponibilizadas aos doentes.

Apesar da falta de gente, as recolhas de sangue têm continuado, mas se a situação não se resolver, estas param no final do mês, lamentou Helena Alves.

Este banco funciona no Centro de Histocompatibilidade do Norte, organismo que, de acordo com a nova lei orgânica do Ministério da Saúde, publicada em Diário da República na passada semana, passa para o novo Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST).

A nova lei orgânica não esclarece, contudo, qual o destino do Lusocord, o que, na opinião de Helena Alves, poderá ou não ficar definida na lei orgânica do novo IPST.

Helena Alves acredita que o Ministério da Saúde vai resolver a questão, mas desconhece, para já, qual a solução que vai ser adotada.

Apesar de continuar a assegurar as recolhas e as congelações (criopreservações) do sangue recolhido, se o Lusocord ficar sem pessoal no final do mês, este trabalho também irá parar.

O Lusocord é um banco público, de âmbito nacional, que recebe as dádivas de sangue do cordão umbilical de todas as mães que o queiram doar para uso em transplantação e investigação.

A Lusa tentou obter um esclarecimento do Ministério da Saúde sobre o assunto mas tal não foi possível até ao momento.

4 de janeiro de 2011

@Lusa