A artrite reumatoide, uma patologia crónica, limita gestos simples e diários. Esta doença reumática inflamatória que causa dor, edema (inchaço), rigidez e perda de função nas articulações. É a forma mais comum de artrite e a sua causa é desconhecida. Sabe-se, no entanto, que o sistema imunitário tem um papel importante no seu desenvolvimento. Em Portugal, estima-se que afete entre 50.000 a 70.000 mil portugueses.

O Instituto Português de Reumatologia (IPR) explica que «existe uma resposta errada do sistema imunitário, que reconhece as  próprias células como estranhas e ataca-as, causando uma resposta inflamatória nas articulações e outros órgãos». Esta doença afeta entre 0,5 a 1% de população mundial. O principal sintoma da artrite reumatoide é a inflamação das articulações, condicionando a vida dessas pessoas.

«A artrite reumatoide provoca alterações no desempenho profissional de mais de 70 por cento dos doentes em idade ativa entre os 35 e os 65 anos e tem um impacto significativo na vida social e familiar, limitando gestos simples como tomar banho, agarrar uma caneta ou calçar os sapatos», afirmou já publicamente António Vilar, enquanto coordenador da Unidade de Reumatologia do Hospital Lusíadas Lisboa.

Come se manifesta

Os sintomas variam de pessoa para pessoa. Existe um grau variável de dor nas articulações (na maior parte simétrica e mais de manhã) muitas vezes com edema ou inchaço, calor e vermelhidão das articulações, sensação de rigidez matinal (sentir-se enferrujado de manhã) que dura mais de 30 minutos e sensação de cansaço que muitas das vezes limita a atividade do doente.

Como se diagnostica

Para além da história clínica e a avaliação das articulações, aspetos como os reflexos e a força muscular poderão ser avaliados pelo médico. Existe também o apoio de meios complementares de diagnóstico como análises ao sangue, ecografia músculo-esquelética e a ressonância magnética em alguns casos selecionados.

Como se trata

A estratégia terapêutica, segundo o reumatologista Luís Cunha Miranda, implica não só a prescrição de medicamentos mas também «outro tipo de abordagem complementar  como os programas de medicina física e de reabilitação, exercício, alimentação, em alguns casos, a cirurgia». Por outro lado, «as terapêuticas biotecnológicas (ou biológicas) são desde há 10 anos uma viragem importante na forma como podemos intervir».

Os últimos avanços médicos permitiram alcançar objetivos «que até aqui eram difíceis de conseguir», como a baixa atividade ou a remissão, refere ainda este especialista. Estes medicamentos são tecnologicamente mais evoluídos e apresentam grandes melhorias no controlo da doença. O reumatologista aguarda, no futuro, a  criação de «terapêuticas individualizadas de acordo o perfil genético individual».

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Como aumentar a qualidade de vida dos doentes

A «assistência por especialistas em Reumatologia, o cumprimento do plano de medicação e de apoio bem como um seguimento regular» pode fazer, segundo Luís  Cunha Miranda, com que «o resultado final de uma doença potencialmente devastadora seja claramente melhor». Para saber mais, visite o site da ANDAR - Associação Nacional dos Doentes com Artrite Reumatóide, online em www.andar-reuma.pt.

Texto: Cláudia Vale da Silva com Luís Cunha Miranda (reumatologista)