"O cancro da pele corresponde a um terço de todos os cancros e o melanoma maligno é responsável pela maioria das respetivas mortes", explicaram à Lusa os investigadores Maria Vasconcelos e Luís Rosado, do centro de investigação Fraunhofer Portugal AICOS, do Porto, responsáveis pelo projeto SkinLesionRS.
Esta tecnologia, segundo indicaram, permite melhorar o processo de referenciação para lesões de pele entre centros de saúde e departamentos de dermatologia dos hospitais, tendo sido desenvolvida de acordo com as normas da Direção-Geral de Saúde (DGS) para aquisição de imagens da pele para rastreio teledermatológico.
Para além disso, a solução, "simples e intuitiva", foi otimizada para minimizar erros e facilitar a recolha e registo de dados dermatológicos relevantes, através de algoritmos de controlo de qualidade da imagem e captura automática.
Já o módulo de avaliação automática do risco de melanoma, a partir de imagens de lesões de pele, visa auxiliar os especialistas no processo de triagem.
A equipa tem vindo ainda a trabalhar num módulo adicional de avaliação do risco de melanoma, a partir de imagens da pele capturadas com ‘smartphones', com a finalidade de funcionar como um sistema de apoio à decisão clínica.
De acordo com os investigadores, este projeto surgiu para colmatar dificuldades associadas ao processo de aquisição de imagens com qualidade e resolução suficiente, possíveis de serem utilizadas de forma efetiva no processo de triagem dermatológico.
O SkinLesionsRS, do qual faz também parte o coordenador de desenvolvimento de novos projetos da Fraunhofer Portugal AICOS, Nuno Felício, está a ser desenvolvido desde 2011.
É apoiado pelo RESOLVE, um programa do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (i3S) que auxilia iniciativas inovadoras, com potencial de se traduzirem em soluções para o benefício do doente e dos profissionais de saúde.
O centro Fraunhofer Portugal AICOS tem desenvolvido investigação na área da dermatologia "mobile" desde 2011, inicialmente através do projeto interno "Melanoma Detection", que decorreu em parceira com departamento de Dermatologia do Instituto Português de Oncologia do Porto (IPO-Porto).
No decorrer da investigação, foi criada uma base de dados de imagens de lesões de pele anotadas por especialistas, disponibilizada, posteriormente, à comunidade científica.
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