José Manuel Boavida falava durante a apresentação do relatório “Diabetes: Factos e Números” do Observatório Nacional da Diabetes, o qual revela um crescimento acentuado do número de novos casos diagnosticados em Portugal em 2015.

No final da cerimónia de apresentação, o presidente do Observatório da Diabetes lamentou que apenas 13,4% das pessoas com a doença tenham sido sujeitos ao rastreio de retinopatia diabética, da responsabilidade das Administrações Regionais da Saúde (ARS).

Em declarações aos jornalistas, o especialista disse que, na origem desta baixa percentagem, estão “motivos de organização”. “O rastreio da retinopatia diabética tem tido dificuldades de implementação em algumas zonas do terreno, outras avançaram muitíssimo bem, mas está essencialmente dependente da agilização das ARS”, adiantou.

José Manuel Boavida reconhece que o Governo tem consciência da importância deste rastreio, tanto que “fez um despacho em maio do ano passado, exigindo respostas até final de 2016”. “Penso que os números de 2016 não serão muito diferentes dos de 2015”, disse.

O rastreio “é uma forma mais barata e mais eficaz de prevenir a cegueira que é absolutamente fundamental”, afirmou, acrescentando que o risco da falta destes rastreios é “o aumento da cegueira e do custo com tratamentos da diabetes”. “Os tratamentos dos olhos da retinopatia diabética são cada vez mais caros, com injeções que se fazem dentro do olho e que são caríssimas. Todos esses custos deveriam ser poupados através de um rastreio sistemático”, defendeu.

José Manuel Boavida recordou que “faz parte das orientações da Direção Geral da Saúde (DGS) e das orientações de todo o mundo que as pessoas com diabetes tenham anualmente uma observação do fundo do seu olho e isto faz-se através de uma simples fotografia que demora menos de 30 segundos”.

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