27 de fevereiro de 2013 - 12h41
O “pai” do Serviço Nacional de Saúde, António Arnaut, é um dos subscritores de um manifesto de profissionais de saúde em defesa do SNS e que sábado se juntarão ao movimento “Que se lixe a troika”.
“Saímos enquanto profissionais de saúde, enquanto utentes do SNS, enquanto cidadãos e cidadãs preocupados! Juntamo-nos a milhares de outras vozes, de outros setores, para dizermos que a austeridade está a destruir o SNS”, lê-se no manifesto publicado numa rede social.
António Arnaut concorda com as razões do manifesto e disse à agência Lusa que subscreve o documento, assim como “todas as iniciativas em defesa do SNS”.
“Como não vou poder estar presente fisicamente, junto a minha voz à voz dos que reclamam em defesa do SNS”, adiantou.
Instado a comentar as razões do protesto destes profissionais de saúde, bem como da população que participará na manifestação “Que se lixe a troika – o povo é quem mais ordena”, prevista para mais de 40 cidades em Portugal e no estrangeiro, António Arnaut lembra: “O povo está a perder a paciência”.
Os promotores desta maré branca – que querem “pintar” de branco, com recurso às batas, o trajeto entre a zona da Maternidade Alfredo da Costa (MAC) e o Marquês de Pombal, em Lisboa – consideram que “a austeridade está a matar o SNS!”.
“O aumento das taxas moderadoras diminuiu a acessibilidade aos serviços de saúde. Nos hospitais faltam medicamentos para muitas doenças, dos quais dependem as vidas de muitos utentes, ao mesmo tempo que se começa a falar em racioná-los”, escrevem os subscritores no manifesto.
Além de António Arnaut, várias figuras do setor da saúde já manifestaram a intenção de participar nesta “maré branca” ou simplesmente subscreveram o manifesto.
Nomes como Maria José Alves, médica na MAC, José Aranda da Silva, ex-bastonário da Ordem dos Farmacêuticos, Augusta Sousa, ex-bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Isabel do Carmo, médica endocrinologista, ou Jorge Espírito Santo, ex-presidente do colégio de Oncologia da Ordem dos Médicos constam da lista de apoiantes desta “maré branca”.
A nível sindical, deverão estar presentes elementos da Federação Nacional dos Médicos (FNAM), como Mário Jorge Neves, ou do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), como Guadalupe Simões, conforme os dois confirmaram à Lusa.
Tanto a FNAM como o SEP, que formalmente não aderiram ao protesto, preveem ter vários dirigentes e associados presentes na iniciativa, adiantaram.
O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) não vai estar representado por não concordar com a iniciativa, disse à Lusa o secretário-geral, Jorge Roque da Cunha.
Lusa