Segundo os responsáveis pelo estudo, a experiência foi feita até ao momento em 80 pacientes – 69 adultos e adolescentes e 11 crianças – e começou a 17 de dezembro de 2014 na Guiné-Conacri.

A utilização daquele antiviral mostrou “sinais encorajadores de eficácia” em pessoas que chegaram aos centros de saúdo com níveis médio e elevado de infeção, mas cujos órgãos não tinham sido afetados, referem os investigadores.

No grupo da amostra, 58 por cento dos participantes são apresentados com uma carga viral elevada ou média.

Daqueles, 42 por cento apresentaram insuficiência renal, mas apenas 15 por cento morreram.

Nos três meses anteriores ao ensaio clínico, a mortalidade entre os pacientes com sintomas similares foi de 30 por cento.

“Estes resultados aumentam a esperança de que o Favipiravir reduza a mortalidade da população num estágio menos avançado da doença”, explicaram.

Os resultados do ensaio clínico, organizado pelo Instituto Nacional de Saúde e da Pesquisa Médica francês, vão ser apresentados quarta-feira numa conferência sobre retrovírus e infeções oportunistas em Seatle, Estados Unidos.

"Os resultados (...) devem ser apoiados em um maior número de pacientes, mas abrem caminho para novas terapêuticas, através de combinações de vários químicos, especialmente em pacientes mais velhos", disse Yves Levy, diretor do instituto francês.

A Comissão Europeia co-financiou o ensaio clínico, para o qual também contribuíram organizações não-governamentais, como os Médicos Sem Fronteiras e a Aliança para a Ação Médica Internacional.

O Favipiravir demonstrou eficácia contra o vírus do Ébola na utilização in vitro e em soro.

As autoridades sanitárias norte-americanas e liberianas anunciaram em janeiro fazer um ensaio clínico na Libéria e nos Estados Unidos com Zmapp, um antiviral da empesa Mapp Biopharmaceutical já administrado a uma série de doentes com Ébola.

A última epidemia de Ébola ocorreu em 2014 e provocou a morte a mais de nove mil pessoas.