Os Estados Unidos aprovaram o uso da cloroquina, um medicamento usado no tratamento da malária, para tratar o novo coronavírus, disse esta quinta-feira o presidente Donald Trump.

"Poderemos disponibilizar esse medicamento quase imediatamente", afirmou Trump aos repórteres.

"Já passou pelo processo de aprovação, foi aprovado. Reduziram muito o tempo, muitos meses. Poderemos disponibilizar esse medicamento mediante receita médica", acrescentou.

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O tratamento foi aprovado pela Food and Drug Administration (FDA), órgão que supervisiona a comercialização de medicamentos nos Estados Unidos, disse o presidente. A FDA, no entanto, limitou-se a apontar que a cloroquina já foi efetivamente aprovada para o tratamento da malária e artrite.

"O presidente pediu-nos que examinássemos de perto esse medicamento. Queremos fazer através de um ensaio clínico pragmático e extenso para obter informações e responder a todas as perguntas que estão a ser feitas", disse o diretor da FDA, Stephen Hahn, que observou ainda que, embora a FDA esteja disposta a "remover todos os obstáculos" para acelerar as inovações, também tem a "responsabilidade" de "garantir que os produtos sejam seguros e eficazes".

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da COVID-19, foi detetado em dezembro de 2019 e, entretanto, infetou já mais de 220.000 pessoas em todo o mundo. Dessas, mais de 9.000 morreram e mais de 85.500 recuperaram.

O surto começou na China, que contabiliza 80.894 infetados, 69.614 recuperações e 3.237 mortos, mas anunciou hoje não ter registado novos diagnósticos positivos locais nas últimas 24 horas, o que acontece pela primeira vez desde o início da pandemia. No entanto, assinalou 34 novos casos importados.

A doença já se alargou a 176 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar a situação como de pandemia.

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou hoje o número de casos confirmados de infeção para 785, mais 143 do que na quarta-feira. O número de mortos no país subiu para três.

Dos casos confirmados, 696 estão a recuperar em casa e 89 estão internados, 20 dos quais em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI).

Portugal encontra-se desde as 00:00 de hoje em estado de emergência e assim se manterá até às 23:59 do dia 02 de abril, pelo que o decreto publicado na quarta-feira em Diário da República prevê a possibilidade de confinamento obrigatório e compulsivo dos cidadãos em casa, assim como restrições à circulação na via pública.

O Governo também declarou na terça-feira o estado de calamidade pública para o concelho de Ovar, assim sujeito a cerca sanitária e controlo policial de entradas e saídas no território.

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