A Ordem dos Médicos alemã reconheceu hoje que a bactéria Escherichia coli (EHEC), encontrada sobretudo em pepinos, "é um potencial risco para a vida das pessoas“, mas advertiu contra o pânico, garantindo que a situação pode ser controlada.

Em declarações ao jornal Passauer Neue Presse, o presidente da Ordem dos Médicos, Frank-Ulrich Montgomery, afirmou que “todos podem proteger-se contra a EHEC”, se seguirem as instruções do Instituto Robert Koch (RKI), que coordena o combate a epidemias: lavar frequentemente as mãos e renunciar temporariamente o consumo de pepinos, salada e tomate crus.

Até domingo, a perigosa variante da EHEC, conhecida por Síndrome Hemolítico Urémico (HUS), que pode causar graves danos intestinais, renais e do sistema nervoso central, já matou dez pessoas, nove mulheres e um homem, todos no norte da Alemanha.

Centenas de pessoas foram contaminadas, registando-se na Alemanha 1200 suspeitas e casos confirmados.

No Hospital Universitário de Hamburgo há quatro crianças e 14 adultos nos cuidados intensivos, e um total de 30 pacientes com HUS e sem qualquer função renal.

“Vamos perder mais vidas humanas", disse no domingo o médico-chefe daquela unidade hospitalar, Joerg Debatin.

Os médicos estão a aplicar uma nova terapia nos casos mais graves de HUS, com uma nova substância, a Eculizumab.

Os chamados "anticorpos monoclonais" já deram bons resultados no ano passado, em três crianças que contrairam a doença, e melhoraram com este tratamento, como relataram médicos e cientistas de Heidelberg, Montreal e Paris, numa revista da especialidade.

O Instituto de Higiene de Hamburgo detectou a EHEC, na semana passada, em três pepinos importados de Espanha, e escolhidos ao acaso, mas os peritos não excluem que haja outras origens da doença.

Entretanto, o ministério da Saúde de Mecklemburgo-Pomerânia, também no norte da Alemanha, anunciou que foram também detetados indícios de EHEC em pepinos de outras origens, que só serão reveladas se as suspeitas se confirmarem.

30 de maio de 2011

Fonte: Lusa/SAPO