8 de abril de 2013 - 16h43
A África do Sul, país com o maior registo mundial de pessoas infetadas com o vírus da SIDA, lançou hoje um novo programa de distribuição de medicamentos antirretrovirais (ARV) que pretende simplificar e reduzir os custos do tratamento.
Um dos principais aspetos deste novo método é que permite a redução dos comprimidos consumidos diariamente pelos pacientes, de três para um.
“A principal vantagem é que a logística será melhorada, mas também porque permite manter o tratamento de um paciente por 89 rands (cerca de 7,50 euros). Isto é inédito”, destacou o ministro da Saúde sul-africano, Aaron Motsoaledi, durante uma conferência de imprensa realizada numa clínica próxima de Pretória.
“Antes de 2010, adquiríamos os tratamentos ARV mais caros do mundo. Agora o nosso país tem acesso aos tratamentos mais baratos do mundo, o que significa que podemos aumentar o número de pacientes abrangidos”, acrescentou.
Na África do Sul existem cerca de seis milhões de pessoas infetadas com o vírus da SIDA, um recorde absoluto a nível mundial.
Este valor representa cerca de 11 por cento da população sul-africana. Apenas a pequena “vizinha” Suazilândia consegue ter, em termos proporcionais, resultados mais negativos, onde um em cada quatro habitantes é portador do vírus VIH.
O novo modo de tratamento vai abranger, numa primeira fase, pessoas recentemente diagnosticadas com o vírus, mulheres grávidas e lactantes.
Os outros pacientes que já estão a receber antirretrovirais, cerca de 1,9 milhões de pessoas, irão passar para a dose única diária após uma consulta médica, explicou o Ministério da Saúde sul-africano.
Num comunicado, o conselho nacional de luta contra a SIDA (Sanac) congratulou-se com “a boa notícia”.
“Existem muitas razões pelas quais as pessoas não respeitam o respetivo tratamento como, entre outras, os problemas de sobredosagem, o elevado número de embalagem de medicamentos a adquirir e os efeitos secundários”, indicou um responsável do organismo, Vuyiseka Dubula, recordando que cerca de 70 por cento dos seropositivos sul-africanos também sofrem de tuberculose.
O novo programa resulta de um protocolo firmado entre três laboratórios farmacêuticos (Aspen Pharmcare, Cipla Medpro e Mylan Pharmaceuticals). O acordo, anunciado em novembro passado, pretende abranger cerca de 2,5 milhões de pessoas durante os próximos dois anos.
Lusa