“Estamos no terreno no Maláui a apoiar o Governo para controlar esta epidemia de cólera”, disse o diretor interino do África CDC, Ahmed Ogwell, na conferência de imprensa semanal daquele organismo.

O responsável acrescentou que o África CDC está “a observar de muito perto o ressurgimento de casos, apesar de terem instituídas medidas de controlo”, admitindo que o Maláui e outros países com surtos de cólera, como o Quénia, Moçambique e a Zâmbia, estão a ter dificuldades no acesso às vacinas contra a doença.

“As vacinas são uma das ferramentas que utilizamos para responder a um surto de cólera. Temos atualmente uma escassez global da vacina”, explicou o epidemiologista queniano, sublinhando que “os países não têm acesso imediato a essa vacina devido a essa escassez”.

O África CDC está a trabalhar com a Aliança Global de Vacinas e Imunização (GAVI, na sigla em inglês) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) para “torná-la disponível o mais rapidamente possível”, disse o diretor em exercício, sublinhando que a vacina “não é a única ferramenta” para combater a doença.

“Temos outros instrumentos: medidas de saúde pública, água limpa, saneamento mais seguro (…). As vacinas são realmente um complemento das medidas de saúde pública que temos de tomar”, acrescentou.

De acordo com os últimos dados divulgados pelo Ministério da Saúde do Maláui na quarta-feira, o surto, que afeta 29 distritos do país, resultou em 35.500 casos, incluindo 1.162 mortes, com uma taxa de mortalidade de 3,27%.

A cólera é uma doença diarreica aguda causada pela ingestão de alimentos ou água contaminada com o bacilo ‘vibrio cholerae’.

Segundo a OMS, a cólera continua a ser “uma ameaça global para a saúde pública e um indicador de desigualdade e de falta de desenvolvimento”.