Num trabalho que apresenta hoje no 254.º Encontro e Exposição Nacionais da Sociedade Americana de Química, a equipa liderada por Debasish Bandyopadhyay, explica que, além das aplicações industriais, a composição química desta casca pode ajudar a “tratar cancros e doenças cardiovasculares”.

O abacate tem ganho popularidade por ajudar a reduzir o risco de doenças cardiovasculares e pela sua ação antioxidante, mas, até agora, não se conheciam benefícios associados à casca do caroço que, por isso, não é aproveitada.

Num comunicado da Sociedade Americana de Química, Bandyopadhyay explica que, para chegarem a estas conclusões, os investigadores reduziram a pó 300 cascas de caroço, do qual extraíram óleo e cera para análise.

No óleo da casca foram encontrados elementos como docosanol, um álcool utilizado em medicamentos antivirais, heptacosano, um possível inibidor do crescimento de células tumorais, e ácido dodecanóico, que aumenta o chamado “colesterol bom”, reduzindo o risco de aterosclerose.

Na cera, foram encontrados químicos frequentemente utilizados em produtos industriais, como hidroxitolueno butilado, utilizado como aditivo alimentar, e Bis(2-etilhexil) ftalato, utilizado em cosméticos.

Despois desta investigação, o objetivo da equipa é modificar vários dos compostos naturais encontrados na casca dos caroços, para a criação de medicamentos com menos efeitos secundários.

Anualmente, são produzidas aproximadamente cinco milhões de toneladas de abacates em todo mundo, mas, geralmente, as pessoas só aproveitam a polpa. Alguns fabricantes extraem o óleo de abacate dos caroços, mas a casca que o envolve não é aproveitada.

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