O serviço de inteligência sul-coreano afirmou que o líder norte-coreano delegou parte das suas prerrogativas à irmã Kim Yo Jong devido ao "estresse". Um ex-assessor do falecido presidente sul-coreano Kim Dae-jung chegou a afirmar no Facebook que pensava que Kim estava em coma, mas sem apresentar qualquer prova.
Kim, no entanto, apareceu para presidir a importante reunião da comissão do Partido dos Trabalhadores, que teria acontecido na terça-feira para abordar as maneiras de enfrentar a pandemia, informou a agência oficial KCNA.
A Coreia do Norte, que fechou rapidamente as fronteiras quando a COVID-19 iniciou a propagação na vizinha China, não confirmou nenhum caso de contágio no seu território até ao momento. Uma epidemia seria desastrosa no país, com infraestruturas de saúde insuficientes, escreve a agência de notícias France-Presse.
O jornal Rodong Sinmun publicou fotografias da reunião da comissão, que mostram Kim vestido de branco e discursando aos colaboradores.
Kim admitiu "algumas lacunas" na prevenção e pediu medidas mais contundentes para remediar as "carências", de acordo com a KCNA.
No mês passado, Pyongyang ordenou o confinamento da cidade de Kaesong, próxima da fronteira com a Coreia do Sul, e afirmou que um desertor foi detido depois de entrar ilegalmente a partir do território sul-coreano, sendo suspeito de ser positivo para o novo coronavírus.
As restrições foram retiradas posteriormente e o possível caso de COVID-19 nunca foi confirmado.
A reunião presidida por Kim também abordou as medidas que devem ser adotadas para proteger a população e as colheitas da aproximação do tufão Bavi.
O estado de saúde do líder norte-coreano é um segredo de Estado muito bem guardado, num país fechado e sem liberdade de imprensa. Os rumores sobre Kim são recorrentes e até os serviços de inteligência sul-coreanos se equivocam com frequência sobre a situação na Coreia do Norte.
Em abril, os alarmes voltaram a disparar quando Kim não fez aparições públicas durante três semanas e nenhuma foto oficial do dirigente foi divulgada durante as celebrações do aniversário de nascimento do seu avô, Kim Il Sung, fundador do regime, uma data muito importante no calendário político norte-coreano.
Comentários