
O consumo de adoçantes hipocalóricos interfere com o processo metabólico humano mas só quando estes substitutos do açúcar são ingeridos com hidratos de carbono em simultâneo. A tese é defendida por um novo estudo científico, levado a cabo por um grupo de investigadores afetos à Universidade de Yale, nos EUA. Os cientistas chegaram a essa conclusão depois de analisar as reações metabólicas de 45 voluntários, a quem foram servidos três tipos de bebidas.
Durante a experiência, de forma aleatória, uns receberam sempre uma bebida adoçada com açúcar e outros foram contemplados com uma adoçada com sucralose, uma substância sintética produzida com um derivado da cana-do-açúcar. O terceiro grupo monitorizado pelos cientistas norte-americanos deliciou-se com uma terceira que continha maltodextrina, um hidrato de carbono que resulta do processo de hidrólise do amido de milho ou da fécula de tubérculos.
Para além de testes para aferir a sua tolerância à glucose, os voluntários da experiência foram submetidos a exames de imagem por ressonância magnética funcional. Os investigadores queriam saber como é que o seu cérebro reagia às bebidas que lhes eram apresentadas. "Quando as bebidas eram ingeridas só com o adoçante hipocalórico, não se registavam quaisquer alterações. No entanto, se essa mesma quantidade [de substituto artificial do açúcar] fosse consumida com um hidrato de carbono adicionado, o metabolismo do açúcar e a resposta cerebral ao açúcar eram afetados", garante Dana Small, a coordenadora do estudo.
Na opinião da especialista, este pormenor explica as alegadas inconsistências de muitos dos estudos envolvendo adoçantes realizados nas últimas décadas. Um número significativo dessas investigações sugere que o consumo regular de adoçantes artificiais contribui para um aumento da obesidade e para maiores níveis de doenças do foro metabólico. Outros trabalhos científicos de referência associam-nos, todavia, à perda de peso e a menores índices de massa corporal.
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